quarta-feira, 22 de março de 2023

DOS NOSSOS ALUNOS

 

A carta de amor que nunca te escrevi

 

Algumas considerações do autor

            Todos os livros têm uma história para além daquela que contam.

            Deixai que vos conte um segredo, estimado leitor: os livros ouvem, os livros veem, os livros pensam… os livros chegam até – muito raramente – a chorar em silêncio.

            Todos os livros têm uma história para além daquela que contam.

            Desgraçadamente, os livros não falam, os livros não escrevem – bem, nem todos – e, de modo inevitável, as nossas histórias acabam por morrer connosco, para jamais serem recordadas.

            Caro leitor, todos os livros têm uma história para além daquela que contam. E esta é a minha.

            É talvez presunçoso da minha parte assumir que nunca antes se viu uma aventura igual a esta que vos conto. Quero acreditar que todos os livros, como eu, chegam a amar (não que alguma vez tenha ouvido tal coisa).

            É também razoável assumir que tudo isto não tenha passado de um cruel delírio adocicado. Nesse caso, tereis de me perdoar, caro leitor, quaisquer dramatismos ou inflamações excessivas próprias de um verdadeiro amor inventado.

 

            Caro leitor, esta não é uma história de amor com um final feliz. Prossegui por vossa conta e risco.

 

            A carta de amor que nunca te escrevi

            - Para ti apenas

 

            Aqui, do alto desta velha estante que, pasma-te, me ultrapassa em anos, suspiro por ti todos os dias.

            Entalado entre um Shakespeare desalentado e um Molière empertigado, admiro como os frequentadores assíduos e não tão assíduos da biblioteca que nos serve de residência te pegam, te acariciam, te sorriem encantados, ao lerem o título que completa a tua capa perfeita, e não tão raras vezes te levam para ainda mais longe de mim. Aí, onde a minha visão não te alcança, descobrem-te mais do que alguma vez eu poderei – Ah, ironia vil, quem me dera poder ler-te!

            Resplandeces sempre que te escolhem de entre os afortunados volumes que partilham a estante contigo – sei como gostas da atenção – e quando te devolvem ao teu lugar, mais cheios de ti, mais completos, cúmplices de um segredo pelo qual arrancaria estoicamente metade das minhas páginas, a tua luz não esmorece por teres entregado parte de ti aos teus leitores, antes brilhas mais por viveres em mais um coração.

            Que posso eu, outrora como tu, livro apaixonante, a sensação do momento, agora não mais que um antiquado e poeirento drama de adornar a estante, contra essa tua vida que comove todos aqueles que de ti se aproximam?

            Não passo de um livro – velho, esquecido e desprezado, por sinal. Não sou merecedor sequer de um olhar curioso dos que vêm em busca de Hamlet.

            Não, permitir-me alimentar a esperança de que alguma vez tenhas olhado para mim, reparado em mim, seria permitir a minha autodestruição.

            Mas naquele dia (jubilante ou fatídico, conforme a perspetiva), naquele dia cometi o erro fatal que assombra os enamorados desventurados: deixei-me acreditar.

            Naquele dia, decerto te lembras, faziam 22 dias que te haviam levado.

            Eu estava, como era hábito meu – ou talvez já vício – a pensar em ti, quando surgiste nos braços da velha bibliotecária, juntamente com outros livros a que não dei importância. A anciã repunha os volumes recém-devolvidos nos seus devidos lugares de forma quase coreografada.

            Deu-se então um milagre: a senhora, dedicada mas por vezes distraída, fruto talvez da idade, restituiu o orgulhoso Molière à minha prateleira, porém, na vez da sua capa encouraçada e áspera, senti o roçagar suave de uma capa delicada: eras tu.

            O feliz incidente dera-se decerto porque a pobre mulher não reparou que estavas mesmo por debaixo do denso volume molieresco.

            É muito possível que tenhas sentido o tremor de nervosismo entusiasmado que me percorreu a espinha… eu estava aterrorizado na mais pura das alegrias.

            Eu tinha sonhado, durante uma eternidade, possibilidades infinitas, mas isto ultrapassava as minhas fantasias mais irrealistas. E agora, finalmente, inacreditavelmente, tinha-te tão perto de mim que conseguiria ler-te o título caso eu não estivesse encostado à tua contracapa.

            Durante dias – ou meses, ou anos – enviava-te declarações silenciosas e esperava ingenuamente que as ouvisses ou que, pelo menos, as imaginasses. O Tempo foi generoso e permitiu-me prolongar a magnífica ilusão de que encontraríamos o nosso “felizes para sempre” naquela miserável estante.

            Mas cedo percebi que o teu final feliz era diferente do meu. Sentia o desânimo a amarelecer as tuas páginas e o teu desespero ao sentires a tua lombada ser coberta de pó. Se silenciasse a minha felicidade egoísta, podia escutar o teu choro dilacerante: a cada momento que passava perdias o teu brilho e ansiavas pela tua estante como eu ansiara por ti.

            E isso magoou-me. É doloroso despertar de um sonho vívido apenas para nos apercebermos de que o nosso amor não é correspondido. Mais doloroso é encarar a vergonha do nosso arrebatamento. E mais doloroso ainda é fazer a coisa certa.

            Por isso, optei pelo papel momentâneo de vilão, fazendo as vezes de guarda alado desta alta torre que é o cárcere da figura delicada e mansa. Concedi-me uns momentos de fraqueza cobarde, fácil, mas foram menos vilezas que uma longa despedida sofrida e relutante, juro-to.

            E por fim, quando a ácida culpa de te prender a mim se tornou insuportável, recolhi todos os patéticos pedacinhos da minha honra desfeita e invoquei as forças que não tinha.

            Concentrei-me profundamente e experimentei abrir-me um pouco, alongar a minha capa.

            Não obtive sucesso.

            Como deves saber, os livros não se mexem… ou talvez eu não estivesse a tentar com genuína dedicação.

            Concentrei-me de novo, forçando-me a recordar o teu choro, o quão infeliz estavas, e ordenei firmemente que as minhas páginas se expandissem.

            Para meu desgosto, senti um leve movimento das páginas 276 e 279 e a minha lombada a distender-se, quase impercetivelmente, para depois relaxar novamente.

            Se continuasse, salvar-te-ia de uma existência vazia.

            Se continuasse, perder-te-ia para sempre.

            Tremendo – de esforço, claro está – comandei que as minhas páginas se esticassem mais um pouco, empurrando-te levemente com a minha capa. Avançaste ligeiramente, ficando com a lombada suspensa no abismo para além da prateleira.

            Sentia que ia partir a minha espinha, que as minhas frases desfar-se-iam em lágrimas e eu esvair-me-ia numa poça de tinta maldita e triste.

            Com um último impulso, caíste da estante e pude finalmente vislumbrar-te o título: “A carta de amor que nunca te escrevi”.

            Achei apropriado, sempre gostei de ironias trágicas.

            Apesar de seres leve, a tua queda brutal chamou a atenção da bibliotecária que, demasiado prontamente, te pegou, franzindo o sobrolho. Abanou a cabeça de modo reprovador e dirigiu-se à secção dos romances contemporâneos.

            Não sei se ouviste.

            Pareceu-me, porém, escutar um leve agradecimento sussurrado…

 

            Agora, do alto desta velha estante que me ultrapassa em anos, suspiro por ti todos os dias.

           

DOS NOSSOS ALUNOS

 

Dançar à chuva



Oxalá todos os relógios avariem amanhã.

Que o mundo pare,

Que, com a terrestre translação suspensa,

a ânsia abrande

e o silêncio vença.

 

De que me serve morrer-me aos poucos,

Se erro tudo o que tento?

Quero…

dormir ao relento.

Quero amor, dias loucos.

 

Quero…

Pelo gozo de ler,

Sentar um livro no colo,

embalá-lo até adormecer.

Quero inspirar, recuperar o fôlego.

 

Quero provar as cerejas de Maio,

Beber no Outono as doces uvas.

Quero…

Tormentos, desafogos

Quero mergulhar em águas turvas.

 

Quero…

 

Enquanto o ponteiro não avança,

Quero dançar à chuva.

                                                                            Leonor Sinval Fernandes

                                                                            7/1/2023

terça-feira, 21 de março de 2023

Po.e.mas Sol.tos

 Celebrando a Poesia e a Chegada da Primavera



Agora, de Miguel Torga

Abre-te, Primavera!

Tenho um poema à espera

Do teu sorriso.

Um poema indeciso

Entre a coragem e a covardia.

Um poema de lírica alegria

Refreada,

A temer ser tardia

E ser antecipada.

Dantes, nascias

Quando eu te anunciava.

Cantava,

E no meu canto acontecias

Como o tempo depois te confirmava.

Cada verso era a flor que prometias

No futuro sonhado…

Agora, a lei é outra: principias,

E só então eu canto confiado.


Quero apenas cinco coisas, de Pablo Neruda


Quero apenas cinco coisas.

Primeiro é o amor sem fim

A segunda é ver o outono

A terceira é o grave inverno

Em quarto lugar o verão

A quinta coisa são teus olhos

Não quero dormir sem teus olhos.

Não quero ser… sem que me olhes.

Abro mão da primavera para que continues me olhando.


Canção de Primavera, de José Régio


Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,

Pois que Maio chegou,

Revesti-o de clâmides de cores!

Que eu, dar, flor, já não dou.


Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,

Acordai desse azul, calado há tanto,

As infinitas naves!

Que eu, cantar, já não canto.


Eu, Invernos e Outonos recalcados

Regelaram meu ser neste arrepio…

Aquece tu, ó sol, jardins e prados!

Que eu, é de mim o frio.


Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,

Vem com tua paixão,

Prostrar a terra em cálido desmaio!

Que eu, ter Maio, já não.


Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;

Ter sol, não tenho; e amar…

Mas, se não amo,

Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,

E não por mim assim te chamo?

terça-feira, 14 de março de 2023

DOS NOSSOS ALUNOS

 

O senhor Maurício


O senhor Maurício nunca foi de romances, aliás, detestava todos os que tinha lido até então. Repugnava tais obras piegas e bajoujas de um amor incontrolável e excessivo, nem as considerava realistas. Lá no fundo, indagava-se se tal aversão provinha do estilo de vida que levava, porém o que exteriorizava não podia ser mais oposto a tal vulnerabilidade: o senhor Maurício era um velho solitário, bronco e rude que desprezava qualquer interação social, especialmente, expressões afetuosas. Já na sua juventude, até com a mãe demonstrara pouco apreço e, agora, segundo as vizinhas bisbilhoteiras, mal saía de casa. Vivera sempre sozinho à exceção de uns breves períodos que prefere não recordar, além do mais, gostava do macio e cómodo sossego do seu lar ou, pelo menos, convencia-se disso, pois silêncio era ocorrência rara lá. Maurício morava no rés-do-chão de um prédio antiquíssimo com mais de 50 anos, entre estalidos dos alicerces gastos e o ruído dos moradores de cima, quietude era realmente incomum, mas lá ia o senhor Maurício vivendo, naquela mediocridade a que se habituara ao longo dos anos. Apesar de agora aposentado, outrora já fora alguém de respeito e de enorme requinte, dizia ele às mesmas vizinhas. Na verdade, tinha sido professor universitário durante a maio parte da sua idade adulta e professor de quê mesmo, ironicamente, de literatura portuguesa, conhecida pelos seus grandes romancistas. Ui, mas que martírio era desviar-se de toda aquela prosa sentimental para poder desfrutar da magnífica obra de Eça de Queirós ou de Camilo Castelo Branco. Relutantemente, fora lendo tais histórias exacerbadas de amor que, de certo modo esquisito, lhe pareciam familiares, agora que brevemente as revisitava.

Ai, os bons anos 70. Ai, as memórias da mocidade alegre, onde foram elas? Ter-me-ei esquecido de tudo? Não, não, não pode ser. Lá resmungava umas desculpas culpando a idade como todos. Sabia, contudo, que tais lembranças lhe escapavam no esforço que fazia para as esquecer. Bem dizia o velho ditado, “afastamento, esquecimento", ou teria sido isto a mãe que lhe tinha dito, não interessa. Agora que revisitara este passado olvidado, estava intrigado nesta reflexão ensimesmada nas profundezas do mar da reminiscência. Que boa época para se ser jovem! A simplicidade da vida quotidiana e a minha mãe trabalhadora que sozinha me sustentou sem um dia de descanso. Mas porque é que me esquecera de tais recordações? Lembro-me do quão feliz a minha mãe ficara quando completei o 5º ano do liceu, mas estava lá mais alguém… Eu juro que alguém mais estava lá. Ai a minha cabeça. Ah, pois, foi, era ela, ela com quem eu desperdicei os melhores anos da minha vida. Eu tanto a amara. Ai, Deus. Ainda me lembro de como fora, éramos ambos jovens a iniciar a vida, ela queria ser professora como eu e foi com ela que segui para o ensino superior. Comprámos esta mesma casa, na altura, novinha em folha. Era, de facto, muito luminosa. A luz que penetrava pelas vidraças embebia o ar numa jubilosa tonalidade doirada. Eu nem muito a apreciava, mas ela sempre gostou da casa, dizia que o barulho recorrente dos vizinhos a acalmava como uma terapia. Aquele estrépito constante somente me enervava, porém nós não pensávamos ficar cá muito tempo. Ela queria ir morar para o campo, o ambiente bucólico sempre a cativou e eu, enfeitiçado por ela, concordava cegamente. Entretanto, estávamos aqui presos até ao final do curso, ambos cursávamos literatura, eu era mais de lirismo e ela de romances. Nunca me enamorei dos romanticismos, mas, por ela, lia até um dicionário com prazer. Recordo-me tão bem do seu particular fascínio por finais trágicos de romances, “Amor de Perdição” era o seu predileto. Como pude eu ignorar estes sinais e equivocar-me desta maneira? Olhando para trás, era tudo imensamente óbvio. Ela própria me aprisionara numa tragédia infernal! Bem que chegou um dia, o dia, esse dia no qual adentrei pela porta apenas para não encontrar ninguém em casa, somente uma carta endereçada a mim pousada plenamente na mesa do salão. Nesse momento, já o jovem Maurício pressentia uma agonia a entranhar-se, inevitavelmente, no seu corpo, como uma maligna chama que se alastra em palha seca. Devagar, aproximara-se da mesa e, já com o braço levemente trémulo, abrira a carta. Uma única palavra estava escrita, um único verbo para ser preciso, “Parti”. Reconhecera de imediato a caligrafia, era a letra dela, a letra delicada com que ela lhe escrevia, na adolescência. Bastou esse simples vocábulo para levar um homem que raramente se comovera a um choro descomunal. Durante breves instantes, entendera o sofrimento amoroso desmedido que os românticos tanto retratavam, fora tudo quase como um grande presságio que constantemente descartou. A paixão cega levara-o à ruína emocional. O sol então, escondera-se e o ar adquiriu um tom soturno e lúgubre do qual, dentro daquela casa, jamais se livraria.

Dias passavam, semanas, meses, e não sabia como reagir, perdeu um ano do curso, todavia já não lhe importava. Estava ressequido e triste, recluso num transe contínuo de abulia. Por fim lá terminou os estudos, mas não com a estamina e alegria de quando com ela. Nada era igual sem ela. Por uma vez, as vizinhas provaram-se úteis quando finalmente se enchera de coragem para lhes questionar se sabiam de algo sobre ela ou se tinham visto algo de incomum antes de ela partir. Pouco sabiam, diziam elas, ainda assim o que relatavam negava tal alegação. Lembravam-se de ver um homem desconhecido, descrição completa e tudo: alto, louro e esguio. Esse homem vinha - a visitar assiduamente, sempre no sigilo. Maurício, ao saber tal informação, pediu-lhes que parassem de recontar a história. Já continha visivelmente as lágrimas, porém não se ia deixar ceder ao choro, uma vez mais. Afinal, a própria mãe lhe dissera sempre que o homem não chora. “Ai, mas sabe como se diz, menino Maurício, entre marido e mulher não se mete a colher, além do mais eu podia ter visto mal, sabe que eu sem óculos não vejo nada”. Desculpas patéticas. Internamente, insultava aquelas velhas metediças que nem para avisar lhe serviram, mantinha, contudo, uma imagem calma e plena, agradecia cordialmente às vizinhas e despedia-se. E assim se manteve, nesta dormência imutável que, com a passagem dos anos, se manifestava mais e mais em ódio perante a vida.

Desde então, jamais apreciara romances, todos o faziam lembrar dela. A partir daquele dia fatídico, o senhor Maurício nunca mais foi o mesmo. Obscureceu como o entardecer e no seu coração surgiu uma ferida que ainda hoje permanece aberta e a esvair-se em dor. O que outrora fora um rapaz jovial e alegre tornou-se num velho amargurado e frio. A sua alma apodreceu e foi enegrecendo lentamente conforme as paredes da casa que, um dia, já habitaram juntos. Nesse dia, prometeu-se que nunca voltaria a apaixonar-se assim, promessa essa que viria a cumprir até ao fim dos seus dias.

 

 

Trabalho realizado por:

Miguel Santos Correia

Nº18  12ºA

 

DOS NOSSOS ALUNOS

Ser Mulher 

Sou mulher, uma jovem mulher, que vive há 17 anos numa sociedade machista, onde somos desvalorizadas, humilhadas, desprezadas e violadas. 
Onde a nossa voz não é ouvida como gostaríamos, mesmo que gritemos até ficar roucas. 
Onde não somos muito mais do que um mero rosto bonito. Onde somos colocadas em segundo plano.

Mas há um dia, apenas um dia em cada ano, em que somos as protagonistas desta trágica história. Onde somos relembradas. Dia 8 de março, o Dia Internacional Da Mulher.
Este dia, no meu ponto de vista, é das datas mais significativas e importantes do Calendário. Não pelas flores e pelos chocolates que recebemos, mas sim porque é uma vitória nesta luta de anos. 

Termos um dia, apenas um dia, para mostrar que estamos cá, que somos capazes, que ainda não há igualdade e que precisamos dela, que somos MULHERES, que somos humanos. Um dia em que mostramos que nós também temos vontades, desejos, prioridades e direitos.

Mas como numa qualquer historia há vilões. Até no nosso próprio dia recebemos críticas: “Mas porque existe ainda este dia?”, “Deveria haver o dia internacional do Homem”, “Claro que elas têm um dia! Privilegiadas!´”

A sociedade não vê, ou não quer ver, o que é ser mulher. Precisamos deste dia porque somos nós os 97% de mulheres assediadas no mundo, porque somos nós os maiores casos de violência doméstica, porque somos nós as violadas, porque somos nós que não crescemos profissionalmente porque somos mulheres, porque é a nós, que nos mandam vir pra casa antes do sol se pôr por causa do ”perigo” que se encontra nas ruas, e porque somos nós que colocamos as chaves entre os dedos porque temos medo de andar sozinhas. 

Além disso, precisamos deste dia porque pelos olhos da sociedade nós é que somos as culpadas e temos de ouvir comentários como estes: “foste assediada porque não usas roupa decentes”, “Ela apanha do marido porque não se sabe proteger, não é corajosa”,  “ele violou-te porque o provocaste”,  “Quem te mandou ser vadia?”, “volta para a cozinha”, “quem te paga as contas?”,  “ela tem aquele cargo no emprego, porque abriu as perna” e muito, muito mais… 
Finalizo perguntando… não Basta? Não chega? Até quando a nossa inteligência, as nossas capacidades, o nosso mérito, a nossa existência vão continuar a ser subestimados!? 
Afinal, NÓS somos a próxima geração e ainda vamos a tempo de mudar isto. 
Por isso, não escondas a tua filha, educa o teu filho! 
Faz isso por todas as mães, filhas, avós…, todas essas fortes mulheres que tu conheces!

                                                                                          Catarina Barbosa 11ºD

domingo, 12 de março de 2023

DOS NOSSOS ALUNOS


 Pequenos discursos redigidos pelos alunos do 11º ano a propósito do tema "There's no Planet B"


Ladies and gentlemen,

 

   “We should preserve every scrap of biodiversity as priceless while we learn to use it and come to understand what it means to humanity”. So said E. O. Wilson.

   Today we celebrate the International Day for Biological Diversity, a day dedicated to raising awareness about the importance of preserving the diversity of life on Earth.

   Biodiversity is the variety of species, ecosystems and genetic diversity, and maintains the dedicate balance of our planet. Nature provides us food, medicine, clean air and water. Yet, we seem to be destroying everything arround us, jeopardizing natural resources.

   According to the United Nations, one million species are at risk of extinction, many whithin our lifetimes. This loss of biodiversity has far-reaching consequences for Earth.

   On this International Day, let us dedicate ourselves to the task of protecting and preserving the rich tapestry of life on our planet, for there is still time.

   Thank you.

 

José Pedro, Diogo, Maria e Vicente (11ºB)


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Speech “Biological Diversity Day”

Hello everyone,

Today, 22nd of May, we are promoting biological diversity, in order to draw attention to how our society is impacting this diversity.

But first, what is Biodiversity? Well, it is the variety of living species in the world. Flora and Fauna. Without it, living in this planet wouldn’t be possible, despite all our technological advances. But how is biodiversity connected to our current actions?

It happens that nowadays humans are constantly destroying habitats, leading to an extinction of many species. Deforestation, cattle activity, even the greenhouse gases emissions are related to this problem. We are changing the balance of nature and decreasing the number of species. We are devastating nature in order to live a “better” life. But how long it will be possible for us to live like that?

We now need solutions that tackle the climate and biodiversity crisis. We need to build a shared future for all life. More than that, we need society to build a better future.

Thank you.

  

This work was done by:

Carolina Martins | Sofia Dias | Rodrigo Guimarães | Guilherme Teixeira | 11ºC


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Ladies and Gentlemen,

 

Today, we gather to talk about a current and truly influential issue.
As a matter of concern, we should warn you about the impact of the Ozone Layer in our lives. Because of it we need you not just to hear, but to listen!
The ozone layer, a delicate layer of gas that protects our planet from harmful UV rays, has been under threat for decades due to the release of harmful chemicals such as chlorofluorocarbons (CFCs).

The Montreal Protocol, signed in 1987, called for the reduction of CFC production and eventually led to the complete elimination of these chemicals. As a result, the ozone layer has slowly started to recover, and we can expect it to return to its pre-1980 levels in the coming decades.

But our work is far from done. New threats to the ozone layer, such as the release of hydrofluorocarbons (HFCs), continue to emerge and must be addressed if we are to protect this vital shield. We need to act. And we need to do it NOW!


The Ozone layer is just like our mother Earth. It protects us from harm, and we should protect it from suffering. Play your part!

Anastácia, Martim Azevedo, Rodrigo Nogueira, Afonso Dias and Diogo Reis, 11C




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A message to the planet

     Imagine if you suddenly stop existing. Do you know how many species there are in the world? There are about 8.7 million species. However, 87 thousand go extinct per year. This rate of extinction would be similar to the death of all inhabitants of New Zealand by 2050.

     You probably think that this will not affect you, right? Well, you are wrong, mate. If the planet is affected, so are we. The planet is an ecosystem and so every single form of life is connected. For example, if a planet vanished, that would cause a chain reaction regarding the death of its consumers which includes ourselves. If you think about it, the world is like a big machine where everyone works towards the same goal. This shows how attached we all are.

     Pollution. Deforestation. Wildfires. Overhunting. Greenhouse gas emissions. All of this have the same origin: US. We are the problem, we are killing our home and thousands of innocent species.

     We have to change our behavior to save New Zealand and the entire world. To save all the Wildlife.  It’s totally in our hands. We are the problem and the solution. We have to save the same planet we hurt.

Remember, it´s all in your hands!

 

Alexandra Garcia, Bárbara Oliveira, Francisca Silva, Ricardo, Salomé Maia – 11ºA


Professora Luísa Pinho


terça-feira, 7 de março de 2023

EFEMÉRIDES À MESA



DIA INTERNACIONAL DA MULHER


O Dia Internacional da Mulher é comemorado, anualmente, a 8 de março. O dia é assinalado desde o início do século XX, embora com variações na data das celebrações. Em 1975, a ONU começou a celebrar neste dia - 8 de março -, mas só a 16 de dezembro de 1977 é que viria a ser oficialmente reconhecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através da Resolução 32/142.



Este dia pretende celebrar os direitos que as mulheres conquistaram até ao dia de hoje, relembrando o caminho para a igualdade. Defender causas como o direito ao voto, a igualdade salarial, a maior representação em cargos de liderança, a proteção em situações de violência física e/ou psicológica ou o acesso à educação continuam atuais porque, em vários pontos do globo, esses direitos continuam por cumprir.



O tema deste ano é “DigitALL: Innovation and technology for gender equality”. Atualmente 37% das mulheres não utilizam a Internet. 259 milhões de mulheres têm menos acesso à Internet do que os homens, apesar de representarem quase metade da população mundial.



( https://eurocid.mne.gov.pt)