sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Dos Nossos Alunos - HUMAN RIGHTS



 All rights matter. Of course they do. How could they not? How can we talk about freedom of expression if we don’t talk about the right to live a safe life? How can we feel safe talking about religion or sexuality if we live in a country without freedom of expression? I believe all rights should be respected. After all, they’re rights for a reason.

In a perfect world, there would be no human rights violations. Unfortunately, we know that’s pretty much impossible. So, even though all UDHR’s rights are equally important, I think we should prioritize. As I said before, there are some rights we don’t even think about if we don’t have others assured. Overall, I believe we should aspire to a perfect world and do our best to achieve that. We should not waver when we don’t see results right away.

This fight is a process. Looking back we can see that we’ve come a long way, but we need to keep going since there’s still a lot more we can achieve.

 

 

Raquel Vilaça Ferrão, nº9 12ºCSE

Dos Nossos Alunos

 "Conto à Vista"

No âmbito da comemoração do Mês das Bibliotecas Escolares a BESCM lançou o concurso intitulado "Conto à Vista", desafiando os alunos a escreverem um conto a partir de uma imagem.

No Ensino Básico a imagem escolhida foi o quadro de Paula Rego "As Criadas" 

e no Ensino Secundário "A noite Estrelada" de Vincent Van Gogh.

 MoMA The Museum of Modern Art

A  Biblioteca agrade-se e congratula-se com a participação de todos os alunos e divulga o nome dos vencedores e respetivos contos.



A MONTANHA-RUSSA DE EMOÇÕES 

Na primeira metade do século XX, numa vila muito tranquila, havia uma senhora chamada D. Maria e sua filha. Viviam numa casa pequena, aconchegante e colorida, com as suas duas criadas e o porco de estimação. 

  D. Maria andava muito triste e chorosa, uma vez que o seu marido faleceu ao combater na 1ª Guerra Mundial. Para a alegrar, as suas criadas, que gostavam muito da sua patroa, aconselharam-na a ir a  um restaurante que tinha fama de ter comida muito saborosa. 

    Apesar de não ter vontade, D. Maria decidiu seguir o conselho de suas criadas e levou a sua filha a almoçar fora. Quando entrou no restaurante, sentou-se numa mesa a um canto, bem resguardada e escolheu o prato para ela e para a sua filha, Beatriz. Enquanto se deliciavam com a apetitosa refeição, conversavam alegre e distraidamente uma com a outra. A pequena menina, ao beber do seu copo de forma sôfrega, acabou por derramar um pouco do sumo na sua camisa. A mãe, não querendo que a menina ficasse com a roupa molhada junto ao peito, correu à procura de um sítio para secar.  

    Ao entrar numa porta castanha, D. Maria viu um belo cozinheiro, que olhou também para ela. Este, ao ver tanta beleza, atrapalhou-se e deixou cair a panela em cima de D. Maria. Envergonhado, o cozinheiro desfez-se em desculpas. Foi amor à primeira vista. Começaram a falar e descobriram que tinham gostos muito parecidos.  Marcaram logo um encontro e foram fazendo mais programas juntos. Depois de um tempo, ele pediu-a em namoro e depois em casamento. Foi um dia muito bonito e emocionante. As criadas de D. Maria, que eram muito especiais para ela, foram as suas madrinhas de casamento. 

D. Maria e seu marido, os filhos Beatriz e José, que nasceu do segundo casamento, as criadas e o porco Piruças, viveram felizes para sempre.  

Texto realizado por: Lourenço Moutinho, Maria Cunha e Teresa Castro; 7ºA 



 O PRATO ENVENENADO 

Era uma vez, em tempos que já lá vão, um castelo muito, muito antigo. Era o Castelo dos Mil Segredos. Nesse castelo, vivia a futura rainha, a Princesa Miranda. Ela encontrava-se, com a sua irmã, no quarto onde as figuras reais se costumavam arranjar para os eventos. A Princesa Miranda estava nesse quarto, pois as criadas arranjavam-na para a Coroação. A sua irmã, essa, envolvia as mãos com nervosismo e com expectativa e esperança de ver o seu plano triunfar. 
A irmã mais nova da Princesa Miranda chamava-se Graça, Princesa Graça. A Princesa Graça, que sempre tivera o sonho de ser rainha, criou um plano para envenenar a irmã, de modo a ser a coroada. Então, a Princesa pensou a qual das criadas poderia pedir ajuda. Escreveu um bilhete a pedir a Clara (a criada que a arranjava) para envenenar a comida que Miranda iria comer no Grande Jantar da Coroação. Clara, ao ler o bilhete, assentiu, mas, com o descuido, deixou o bilhete no tocador e saiu para a cozinha para envenenar o prato de Miranda. Joana, a outra criada, que arranjava Miranda, leu o bilhete e ficou alarmada. 
O Grande Jantar seria antes da Coroação, onde a Princesa Miranda seria entronizada. No momento em que Joana, a criada, tinha lido o bilhete escrito pela Princesa Graça, estavam a ser preparados os pratos para o jantar. Joana tinha como função servir os pratos de todos aqueles que estivessem no jantar. Então, ela decidiu que iria trocar os pratos destinados à Princesa Miranda e à Princesa Graça. Ou seja, ela daria o prato da futura rainha (o que tinha veneno) a Graça e Miranda iria comer a comida que era destinada à sua irmã. Como os pratos eram fisicamente iguais, ninguém iria perceber. E assim, seria Graça a castigada pelas suas maldades! 
Na cozinha, Clara, a empregada, colocou o veneno no prato da Princesa Miranda. 
Horas depois, quando todos os reis, rainhas, príncipes e princesas se encontravam no Salão Nobre para o Grande Jantar da Coroação, os pratos começavam a ser servidos. Clara, que os entregava a Joana para ela os servir, estava nervosa. Quando finalmente chegou às mãos de Clara o prato que ela tinha envenenado e o prato da Princesa Graça, deu-os a Joana e disse-lhe:
- Este é o prato da Princesa Mirande e este o da Princesa Graça. 
Joana recebeu-os e dirigiu-se ao lugar onde Miranda estava sentada. Conforme o que tinha planeado, deu a Miranda o prato de Graça e a Graça o prato envenenado, ou seja, o prato de Miranda. 
A meio do jantar, a Princesa Graça começou a sentir-se mal, e sem saber o que fazer, foi à casa de banho. Joana, ao ver que o seu plano tinha dado certo, sorriu. Na casa de banho, Graça, a Princesa invejosa que queria ser rainha, viu toda a sua maldade cair sobre ela, fechando os olhos para todo o sempre. 
Moral da história: O feitiço vira-se sempre contra o feiticeiro. 

Trabalho elaborado por: 
Ana Fernandes, Maria João Padrão, Sofia Ferreira e Tomás Ferreira – turma 7.º G




SONHO OU REALIDADE?

Acordo com os meus olhos a reclamarem da luz solar vinda da janela ao meu lado. Aconchegado naquela que suporta o peso da minha existência, a minha cama, e naquela que as minhas queixas ouve, a minha almofada, o meu cérebro demora a processar a sua própria atividade. No canto do meu olho, no lado oposto ao meu, está uma presença a mexer em caixas de cartão. Com um olhar fixado, identifico o meu gato, tal como ele normalmente é: pelagem negra, cauda teimosa, e patas subordinadas à sua vontade. Depois de considerar a minha própria existência durante alguns segundos, começo a analisar o espaço à minha volta. O tato afirma que tenho uma cama desorganizada e enrugada, o olfato responde que não há irregularidades no ar, a visão relata a mesma dor de quando acordei, o paladar recorda-me da minha fome, e a minha audição notifica-me constantemente do barulho que o meu gato faz. Já orientado, o meu primeiro objetivo do dia nasce: Repor o meu lugar seguro tal como estava na noite anterior, desta vez com novos lençóis e uma nova almofada. Decidi levantar-me, em direção ao armário onde se localizavam as roupas exclusivas a camas. Depois de colocar as minhas pernas a acordar, já na metade do caminho, a minha visão começa a mudar. Aquele corredor que se estendia naquilo que parecia a distância de um campo de futebol, começou a distorcer-se. O longe tornou-se perto, e o perto tornou-se longe. Nesse momento, já não conseguia distinguir realidade de sonho. Estrelas de inúmeros tamanhos e cores envolveram os meus arredores, e, de um momento para outro, escoltaram-me para um lugar desconhecido. Em um piscar de olhos, encontro-me em um descampado ensolarado preenchido de vegetação seca. Imediatamente após o ar que eu começo a respirar faz-me tossir constantemente. Ao lado do meu pijama, da minha fome, da minha mente perdida, e das dificuldades de respiração, eu olho nos meus arredores. Deteto uma subida, e no topo uma única árvore, morta. No lado oposto, uma descida que leva a um planalto interminável, novamente preenchido de vegetação morta. Sem agir, o meu corpo começa a congelar, e não de frio. Enquanto que o meu corpo lida com as dificuldades respiratórias, a minha mente lida com a confusão do que está a acontecer. Ao mesmo tempo em que comecei a olhar para a árvore, a minha mente começa a engolir a sua própria cauda, como se a asfixia do meu corpo não fosse suficiente: ‘’Onde estou?’’, ‘’Isto é um sonho?’’, ‘’Vou morrer?’’. Quando já estava quase a perder o contacto com os meus olhos, e já quase derrubada estava a minha consciência, começo a sentir o meu coração a bater. Sempre a um ritmo constante, eu ouço e sinto o bater do coração que faz parte do meu ser. Acalmante, sereno, manso, agradável, confortável.... Podia viver o resto da minha vida neste momento... Subitamente, vejo-me cercado por escuridão pura, onde a única fonte de luz visível irradia de mim mesmo. Quando eu começo a ganhar gradualmente mais consciência, a luz, branca absoluta, começa a ser emanada com mais intensidade, até eu começar a formular os meus primeiros pensamentos: ‘’Sinto-me calmo.’’, ‘’Eu não estava em casa?’’. Surge uma réplica exata do meu quarto, que começa a transfigurar o espaço escuro à minha volta: ‘’Onde estou? O que é que me aconteceu?’’, começa a ruir o quarto, degradando-se lentamente; ‘’Mas isto é calmo, e satisfatório.’’, retrocede a ruína, destacando o quarto com mais cor. Não sei o que me aconteceu, mais sei que posso ficar assim eternamente. 
Realizado por: Bruno Pimenta, Nº4, 12ºD




domingo, 26 de novembro de 2023

Po.e.mas Sol.tos

  

O QUADRO DO FUTURO


Havemos de ir ao futuro

Havemos de ir ao futuro

e quando lá chegarmos

hão-de estar no sofá os nossos pais

a cuidar dos sonhos que nos deram

Os nossos avós a encher de luzes a árvore de natal

Os nossos filhos, e os filhos deles

espantados e atrevidos como nós

Havemos de ir ao futuro

e quando lá chegarmos

hão-de estar todos juntos numa festa à nossa espera

mesmo os amigos que perdemos no caminho

Hão-de lá estar todos com balões de várias cores, bolo-rei

e ao fundo da sala um cartaz do tamanho da nossa idade

onde se lê: ainda bem que vieram

Havemos de ir juntos ao futuro

ou se não houver boleia para todos ao mesmo tempo

havemos de nos encontrar lá

Havemos de ir ao futuro e, no futuro,

estará finalmente tudo, como dantes.


Filipa Leal

in «Vem à quinta-feira», Assírio & Alvim, 2016



Filipa Leal nasceu no Porto em 1979. Formou-se em Jornalismo na Universidade de Westminster, em Londres, e é Mestre em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde apresentou a dissertação sobre os “Aspectos do cómico na poesia de Alexandre O’Neill, Adília Lopes e Jorge de Sousa Braga”.
Jornalista cultural, foi editora do suplemento literário do jornal O Primeiro de Janeiro. Colabora assiduamente no ciclo Quintas de Leitura do Teatro do Campo Alegre e tem feito leituras de poesia em diversos locais do país (Serralves, Fundação Eugénio de Andrade, Biblioteca Almeida Garrett, Casa das Artes de Famalicão, Casa Fernando Pessoa, entre outros).
Tem participado em vários encontros internacionais de escritores e é colaboradora permanente da revista Um Café, distribuída nos cafés do Porto. O Bando dos Gambozinos musicou um dos seus poemas, agora disponível no álbum Com Quatro Pedras na Mão. Integra, desde 2004, os Seminários de Tradução Colectiva de Poesia Viva da Fundação da Casa de Mateus.
Publicou lua-polaroid (2003), Talvez os Lírios Compreendam (prefácio de António Mega Ferreira, 2004), A Cidade Líquida e Outras Texturas (2006) e O Problema de Ser Norte (2008).

In Correntes D’Escrita (CM Póvoa do Varzim)

EFEMÉRIDES À MESA

O NATAL JÁ CHEGOU!











quarta-feira, 8 de novembro de 2023

UM CONTO

 




O céu estava cinzento e quase nunca aparecia o sol, mas enquanto não chovia os meninos iam brincar para o jardim.

Um jardim muito grande e bonito, com uma grade pintada de verde toda em volta, de modo que não havia perigo de os automóveis entrarem e atropelaremos meninos que corriam e brincavam à vontade, de muitas maneiras: uns andavam nos baloiços e nos escorregas, outros deitavam pão aos patos do lago, outros metiam os pés por entre as folhas secas e faziam-nas estalar – crac,crac - debaixo das botas, outros corriam de braços abertos atrás dos pombos, que se levantavam e fugiam, também de asas abertas.

Era bom ir ao jardim. E mesmo sem haver sol, os meninos sentiam os pés quentinhos e ficavam com as bochechas encarnadas de tanto correr e saltar.

Uma vez apareceu no jardim uma menina diferente: não tinha bochechas encarnadas, mas uma carinha redonda, castanha, com dois grandes olhos escuros e brilhantes.

- Como te chamas? - perguntaram-lhe.

- Maria. Às vezes chamam-me Maria Castanha .

- Que engraçado... Maria Castanha! Queres brincar?

- Quero.

Foram brincar ao jogo do apanhar. A Maria Castanha corria mais do que todos.

- Quem me apanha? Ninguém me apanha! Ninguém apanha a Maria Castanha!

Ela corria tanto. Corria tanto que nem viu o carrinho do vendedor de castanhas que estava à porta do jardim, e foi de encontro a ele. Pimba! O saco das castanhas caiu e espalhou-as todas à reboleta pelo chão. A Maria Castanha caiu também e ficou sentada no meio das castanhas.

- Ah. Minha atrevida! – gritou o vendedor de castanhas todo zangado.

- Foi sem querer – explicaram os outros meninos.

- Eu ajudo a apanhar tudo. – disse Maria Castanha, de joelhos a apanhar as castanhas caídas.

E os outros ajudaram também. Pronto. Ficaram as castanhas apanhadas num instante.

- Onde estão os teus pais? – perguntou o vendedor de castanhas à Maria Castanha.

- Foram à procura de emprego.

- E tu?

- Vinha à procura de amigos.

- Já encontraste: nós somos teus amigos – disseram os meninos.

- Eu também sou – disse o vendedor de castanhas.

E pôs as mãos nos cabelos da Maria Castanha, que eram frisados e fofinhos como a lã dos carneirinhos novos. Depois, disse:

- Quando os amigos se encontram, é costume fazer uma festa. Vamos fazer uma festa de castanhas. Gostam de castanhas?

- Gostamos! Gostamos! – gritaram os meninos.

- Não sei. Nunca comi castanhas, na minha terra não há. – disse Maria Castanha.

- Pois vais saber como é bom.

E o vendedor deitou castanhas e sal dentro do assador e pô-lo em cima do lume. Dali a pouco as castanhas estalavam… Tau! Tau!

- Ai, são tiros? – assustou-se a Maria Castanha, porque vinha de uma terra onde havia guerra.

-Não tenhas medo. São castanhas a estalar com o calor.

Do assador subiu um fumozinho azul-claro a cheirar bem. E azuis eram agora as castanhas assadas e muito quentes que o vendedor deu à Maria Castanha e aos seus amigos.

- É bom, é. – ria-se Maria Castanha a trincar as castanhas assadas.

- Se me queres ajudar, podes comer castanhas todos os dias. Sabes fazer cartuchos de papel?

A Maria Castanha não sabia mas aprendeu. É ela quem enrola o papel de jornal para fazer os cartuchinhos onde o vendedor mete as castanhas que vende aos fregueses à porta do jardim.

 

António Torrado, A Maria Castanha

  http://www.portaldaliteratura.com/




EFEMÉRIDES À MESA

 S. MARTINHO









sexta-feira, 27 de outubro de 2023

DIA INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA ESCOLAR

 




Em outubro, estamos a celebrar o Mês Internacional da Biblioteca Escolar. O dia 23, Dia Internacional da Biblioteca Escolar, foi especial pelo momento de convívio que, na biblioteca da ESCM dedicamos aos nossos professores. Aproveitamos também este dia para inaugurar o pavimento renovado e receber os professores Erasmus. Marcaram presença muitos para gozar de um momento musical com que nos deleitaram os nossos alunos Matilde Tavares, do 12º D, e  Francisco Serrano e Rafael Sequeira, do 11ºA. Para além deste pequeno intervalo cultural, os nossos professores também puderam degustar, num curto coffee break,  algumas iguarias confecionadas pelos colegas da equipa, pela D. Isabel Ricardo e pelos alunos do 10º Ir e11ºHr, do curso profissional de cozinha e pastelaria.

 Os nossos agradecimentos a todos os que contribuíram para este pequeno, mas muito aprazível momento. 

EFEMÉRIDES À MESA

 DIA INTERNACIONAL DA  BIBLIOTECA ESCOLAR





terça-feira, 24 de outubro de 2023

Bibliotecas e Livrarias com História

Os livros levam-nos a viajar e descobrir mundos mas também certas livrariasbibliotecas  nos podem encantar…

Em Portugal existem muitas bibliotecas e livrarias que vale a pena visitar.



1. Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra




2. Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra





3. Livraria Lello, Porto



4. Biblioteca da Cruz Vermelha Portuguesa


 

5. Biblioteca da Academia de Ciências de Lisboa



6. Ler Devagar, Bairro Alto, em Lisboa



Po.e.mas Sol.tos

 

Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
                               deixa passar a Vida!

Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"

domingo, 24 de setembro de 2023

Po.e.mas Sol.tos

 





SE DESTE OUTONO


Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.

Eugénio de Andrade, In "O Sal da Língua"



ANA LUÍSA AMARAL É A FIGURA EMINENTE DA U.PORTO 2023-2024

 


No dia 22 de setembro, a Casa dos Livros | Centro de Estudos da Cultura da Universidade do Porto abriu as portas para homenagear e celebrar a vida e obra de Ana Luísa Amaral (1956-2022). 

Foi também assinado o protocolo para acolher o respetivo acervo (biblioteca e arquivo). A cerimónia assinalou a abertura das comemorações da Figura Eminente da Universidade do Porto 2023-2024, dedicadas à malograda poetisa e antiga docente e investigadora da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP).

Vamos estar atentos à programação.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Natália Correia - 100 Anos

 


Natália de Oliveira Correia foi uma escritora e poetisa portuguesa, nascida no arquipélago dos Açores, a 13 de setembro de 1923.  Foi Deputada à Assembleia da República e interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres.

A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Durante as décadas de 1950 e 1960, na sua casa reunia-se uma das mais vibrantes tertúlias de Lisboa, onde compareciam as mais destacadas figuras das artes, das letras e da política (oposicionista) portuguesas e também internacionais. A partir de 1971, essas reuniões passaram a ter lugar no bar Botequim. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflete na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

Clica nos links abaixo e encontrarás mais informação sobre esta incomparável figura.

Artigo sobre Natália Correia


Natália Correia, a insubmissa

 






Po.e.mas Sol.tos

   


Nuvens correndo num rio

 

Nuvens correndo num rio

Quem sabe onde vão parar?

Fantasma do meu navio

Não corras, vai devagar!

 

Vais por caminhos de bruma

Que são caminhos de olvido.

Não queiras, ó meu navio,

Ser um navio perdido.

 

Sonhos içados ao vento

Querem estrelas varejar!

Velas do meu pensamento

Aonde me quereis levar?

 

Não corras, ó meu navio

Navega mais devagar,

Que nuvens correndo em rio,

Quem sabe onde vão parar?

 

Que este destino em que venho

É uma troça tão triste;

Um navio que não tenho

Num rio que não existe.

 

                      Natália Correia ( 1923 - 1993)

 

 


ANO LETIVO 2023-2024

 


A Biblioteca Escolar faz votos de que continuem a visitar o nosso agora renovado espaço e que este seja um lugar inspirador.

Bom ano e boas Leituras!

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Po.e.mas Sol.tos

 




Urgentemente


É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor, 
É urgente permanecer.

                     Eugénio de Andrade

sábado, 27 de maio de 2023

EFEMÉRIDES À MESA

 SANTOS POPULARES

A Nossa Cascata





Os Santos Populares são uma festividade tradicional e popular celebrada em todo o país. A principal celebração dos Santos Populares ocorre em junho, com destaque para os dias 13, em homenagem a Santo António, 24, em homenagem a São João, e 29, em homenagem a São Pedro.

Essas festas têm origens religiosas e pagãs, sendo uma mistura de tradições católicas com rituais pagãos ligados ao solstício de verão no hemisfério norte. No entanto, ao longo do tempo, as comemorações tornaram-se mais secularizadas e passaram a incluir elementos culturais, musicais e gastronómicos – arraiais com muita música, fogueiras, marchas populares, balões, manjericos sardinhas assadas, caldo verde com chouriço e, principalmente no Porto, as famosas Cascatas São joaninas.

A CASCATA DE SÃO JOÃO

Assim como o presépio é montado no solstício de inverno, a cascata deve ser erguida no solstício de verão. As cascatas são dedicadas aos Santos É uma tradição única do São João do Porto, onde aparece a figura do santo, com o seu símbolo, o carneirinho, associado ao rebanho. Segundo o historiador Hélder Pacheco, as primeiras cascatas apareceram no século XIX. 

Diz a tradição que se deve atirar uma moeda para a cascata 


terça-feira, 23 de maio de 2023

CONCURSO DE LEITURA

 

   "A VOZ DAS LÍNGUAS"



 

   O Concurso de Leitura em voz alta “A VOZ DAS LÍNGUAS”  tem sido uma atividade dinamizada pela Biblioteca Escolar da ESCM, com a colaboração do Departamento de Línguas. Neste período letivo, a 3ª eliminatória e a final do concurso realizaram-se no dia 12 de maio,  Dia do Agrupamento, em simultâneo com a enorme diversidade de atividades dinamizadas no AECM para a celebração de um dia especial.   Especial foi também a presença de Encarregados de Educação na biblioteca e, mais do que a presença, a participação na atividade de leitura, muito expressiva, de uma Encarregada de Educação do 9ºA, que quis ser parte ativa nesta festa da leitura, fazenda a leitura do poema “Entrevista de Emprego”, de Filipa Leal.

   Aproveitamos este momento para entregar os diplomas de participação e os prémios aos alunos concorrentes do Concurso Nacional de Leitura – 16ª edição e do Concurso Falar e Escrever em Português.

   Como júri do  concurso  “A Voz das Línguas” contamos com as  professoras  da equipa da biblioteca, Augusta Castro e Graça Guimarães, Margarida Portela e Fernanda Varela, e as alunas Mariana Martins e Beatriz Soares, do 10ºE.

   Esta fase do concurso destacou-se pela grande qualidade das participações, bem como da selecção de textos.

   Ficamos gratos a todos os colaboradores e  enviamos  os especiais parabéns aos vencedores da Final que a seguir divulgamos:

 

PORTUGUÊS

 

Ano

Turma

              Nome

 

H

18

Rodrigo Soares

 

F

15

Mariana Azevedo

 

B

19

Mariana Pinheiro

 

 

 

 LÍNGUA ESTRANGEIRA

 

Ano

Turma

Nome

 

Língua

 

D

20

Raquel Campos Teixeira

Inglês

 

D

9

Isabela Lino

Inglês

 

E

3

Carolina Alves

Inglês