terça-feira, 28 de abril de 2015

Escritor do mês: Somerset Maugham


William Somerset Maugham foi um dos maiores nomes da escrita britânica - dramaturgo, romancista e escritor de short stories - , nascido em janeiro de 1874 na embaixada do Reino Unido, em Paris, e falecido em dezembro de 1965. 
Com apenas dez anos de idade ficou órfão de pai e mãe, tendo sido criado por um tio emocionalmente distante. Ainda que pressionado para se tornar advogado, como era tradição na família, Maugham optou pela Medicina e trabalhou com a Cruz Vermelha durante a Grande Guerra. Trabalhou igualmente para os Serviços Secretos e viajou intensivamente, sendo que a sua experiência de viagens se viria a refletir na sua escrita. O seu primeiro romance, Liza of Lambeth (1897), vendeu-se com tal rapidez que Maugham acabou por desistir da medicina poara se dedicar exclusivamente à escrita.
O autor legou-nos uma imensidão de obras, de entre as quais destacamos Servidão Humana (1915), O Véu Pintado (1925) e O Fio da Navalha (1944). Trinta e seis das suas obras foram adaptadas ao cinema. Em 1947, criou o Prémio Somerset Maugham, destinado a premiar os melhores escritores britãnicos até aos 35 anos de idade. Doou em testamento as royalties dos seus trabalhos ao Royal Literary Fund. Dele disse George Orwell: "Foi o escritor moderno que mais me influenciou e que admiro enormemente pela sua capacidade de narrar uma história diretamente e sem floreados". 
De Maugham, divulgamos hoje o conto/short story O Sacristão:

O Sacristão

Naquela tarde, houvera batizado na igreja de St. Peter, em Neville Square, e Albert Edward Foreman ainda estava com a sua toga de sacristão. Guardava a toga nova, com as suas dobras tão perfeitas e cheias como se não fossem de alpaca, senão de bronze eterno, para os funerais e os casamentos (St. Peter, em Neville Square, era uma igreja muito procurada para tais ceri­mónias pelas famílias da classe alta), e agora estava com a toga classificada em segundo lugar. Albert Edward Foreman usava a toga com calma satisfação, pois era o digno símbolo da sua função, e sem ela (quando a despia para ir para casa) tinha a perturbadora sensação de estar vestido um pouco insuficiente­mente. Elas mereciam-lhe muitos cuidados; passava-as a ferro pessoalmente. Durante os dezasseis anos em que fora sacristão desta igreja, tivera uma sucessão de togas, mas não pudera deitá-las fora quando envelheciam; e a série completa, primoro­samente embrulhada em papel pardo, jazia no fundo da gaveta do guarda-roupa, no seu quarto.
O sacristão movia-se discretamente; repôs a tampa de madeira esmaltada sobre a pia batismal, que era de mármore, recolocou no seu lugar uma cadeira que fora trazida para uma senhora idosa e enferma, e ficou à espera de que o pároco terminasse os seus arranjos pessoais na sacristia, a fim de pôr tudo em ordem e ir para casa. Agora, viu-o entrar no coro, fazer uma genuflexão diante do altar-mor, e tomar a direção da nave; tirara a sobrepeliz e a estola, mas ainda estava de batina.
- Por que andará ele a trocar as pernas ? - disse, para si, o sacristão. - Então não sabe que tenho de ir tomar chá ?
O pároco fora provido recentemente, um homem enérgico, de cara vermelha, com mais de quarenta anos; e Albert Edward continuava a lamentar a saída do antecessor, um padre da velha escola, que pregava descansadamente com voz argentina e jantava quase sempre com os paroquianos mais aristocráticos. Gostava que as coisas da igreja estivessem nos seus lugares, mas nunca se arreliava por causa de bagatelas; não era como este, que em tudo queria pôr o dedo. Mas Albert Edward era tolerante. St. Peter ficava num ótimo bairro e os paroquianos eram gente fina. O novo pároco viera do East End e não se podia esperar que se adaptasse imediatamente às maneiras discretas de uma congregação de fiéis aristocráticos.
- É um transtorno - dizia Albert Edward. - Mas, com o tempo, ele aprenderá.
Quando o pároco avançara pela nave o suficiente para poder dirigir-se ao sacristão sem levantar a voz mais do que era conveniente num lugar de adoração, parou.
- Foreman, venha um momento até a sacristia. Tenho uma coisa a dizer-lhe.
- Com certeza, reverendo.
O pároco esperou que ele chegasse e seguiram juntos em direção ao altar.
- Foi um batizado muito bonito. Engraçado como o bebé parou de chorar quando o senhor padre segurou nele.
- Tenho notado que quase sempre é assim - disse o pároco, com um pequeno sorriso.
- Mas, no fim de contas, tenho grande prática de pegar em crianças.
Para ele, era uma fonte de orgulho, sempre reprimido, o fato de quase sempre poder sossegar as crianças, que choravam, pela maneira de as segurar; e não deixava de tomar conhecimento da divertida admiração com que as mães e amas o viam aninhar a criança na dobra da manga da sobrepeliz. O zelador compreendia que lhe agradava ser cumprimentado por esta habilidade.
O pároco precedeu Albert Edward na sacristia. O zelador ficou um pouco surpreendido ao encontrar-se com os dois guar­diães da junta paroquial. Não os
vira chegar. Ambos lhe acenaram amistosamente com a cabeça.
- Boa-tarde, senhor lorde. Boa-tarde, senhor general - disse a um e a outro.
Eram homens idosos, ambos, e ocupavam os seus postos há quase tanto tempo quanto Albert Edward era sacristão. Agora, estavam sentados à bela mesa de jantar que o antigo pároco trouxera da Itália, muitos anos atrás; e o pároco sentou-se na cadeira vaga, entre os dois guardiães. Albert Edward estava de frente para eles, com a mesa de permeio; e, sentindo um vago mal-estar, especulava sobre o possível tema da conversa. Lembrava-se ainda da ocasião em que o organista se metera numa complicação e dos aborrecimentos por que tinham passado para abafar a coisa. Numa igreja como a de St. Peter, em Neville Square, não se tolerava um escândalo. No rosto vermelho do pároco, havia uma expressão de resoluta benignidade; mas os outros tinham as fisionomias levemente perturbadas.
"O padre andou a aborrecer os dois", disse consigo o sacristão. "Pediu-lhes para fazerem alguma coisa e eles não gostaram. É isso mesmo, sou capaz de garantir."
Mas os pensamentos não apareciam nas feições bem marcadas e distintas de Albert Edward. Mantinha-se em atitude respeitosa, mas não servil. Fora doméstico, antes de obter este cargo, mas só trabalhara em casas de tratamento, e a sua maneira de se conduzir era irrepreensível. Começando como menino de recados na residência de um comerciante forte, subira gradualmente do posto de quarto criado a primeiro; fora durante um ano mordomo da viúva de um par; e, até que se abrisse a vaga na igreja de St. Peter, mordomo com dois auxiliares na casa de um embaixador reformado. Era alto, enxuto, grave, e digno. Se não parecia um duque, assemelhava-se pelo menos a um ator da velha escola, especializado em papéis de duque. Tinha tato, firmeza e segurança. O seu caráter era inatacável. O pároco começou abruptamente.
- Foreman, temos uma coisa um pouco desagradável para lhe comunicar. Você já trabalha aqui há longos anos e penso que o senhor lorde e o senhor general concordam comigo que cumpriu os deveres do seu cargo a contento.
Os dois guardiães fizeram um gesto de aquiescência.
- Mas uma circunstância extraordinária chegou ao meu conhecimento, um dia destes, e achei ser meu dever participá-la aos guardiães. Descobri, com assombro, que você não sabe ler nem escrever.
O rosto do sacristão não exibiu nenhum sinal de embaraço.
- O último pároco sabia disso, reverendo - respondeu. - Disse-me que não fazia mal. Dizia sempre que na sua opinião havia demasiada educação no mundo.
- Essa é a coisa mais espantosa que já ouvi até hoje - exclamou o general. - Quer dizer que foi zelador desta igreja durante dezasseis anos e nunca aprendeu a ler e escrever ?
- Eu comecei a trabalhar com doze anos, senhor general. O cozinheiro da primeira casa onde me empreguei tentou ensi­nar-me, uma vez, mas parece que eu não tinha muito jeito, e depois, com uma coisa e outra, nunca me sobrava tempo. E o certo é que nunca senti falta disso. Acho que uma muitos rapazes desperdiçam muito tempo a ler, quando bem podiam estar a fazer alguma coisa de útil.
- Mas não sente vontade de ler as notícias ? - disse o primeiro guardião. - Nunca sente vontade de escrever uma carta ?
- Não, senhor lorde, passo muito bem sem isso. E, nos últimos anos, os jornais vêm com todas essas figuras, e eu entendo regularmente o que está a acontecer. A minha senhora é muito instruída e, quando quero escrever uma carta, ela escreve-a por mim.
Os dois guardiães fitaram os olhos aflitos no pároco e seguidamente na mesa.
- Bem, Foreman, eu discuti o assunto com estes dois senhores e eles concordam inteiramente comigo que a situação é insustentável. Numa igreja como a de St. Peter, em Neville Square, não pedemos ter um sacristão que não saiba ler e escrever.
O rosto fino e pálido de Albert Ecíward enrubesceu, e ele mexeu com os pés, contrafeito, mas não respondeu.
- Compreenda-me, Foreman, eu não tenho nenhuma queixa de si. Faz o seu trabalho de modo inteiramente satisfatório; tenho no mais alto conceito tanto o seu caráter como a sua capacidade; mas não temos o direito de nos arriscarmos a algum acidente que poderia acontecer em consequência da sua lamentável ignorância. Trata-se de uma questão de prudência, assim como de princípio.
- Mas você não podia aprender, Foreman ? - perguntou o general.
- Não, senhor; acho que agora, não. O senhor vê, eu já não sou novo como era e, se não podia meter as letras na cabeça quando era miúdo, acho que agora não há nenhuma possibilidade.
- Não queremos ser duros com você, Foreman - disse o pároco. - Mas os guardiães e eu estamos inteiramente decididos. Dar-lhe-emos três meses de prazo e, se no fim desse período você não souber ler e escrever, acho que terá de deixar o lugar.
Albert Edward nunca simpatizara com o novo padre. Desde o começo, dissera que tinham cometido um erro ao entregar-lhe a igreja de St. Peter. Não era o tipo de homem para urna congregação de fiéis de classe, como aquela. Agora, empinou um pouco o busto. Conhecia o seu valor e não ia permitir que o afrontassem.
- Desculpe, reverendo, mas acho que assim não me serve. Sou um animal muito velho para aprender truques novos. Vivo já há tantos anos sem aprender a ler e a escrever, e, sem me querer autoelogiar (o elogio não é recomendação na boca do elogiado), posso dizer que fiz o meu dever nesse estado da vida em que a Providência misericordiosa achou por bem colocar-me, e, mesmo que pudesse aprender agora, acho que não me decidiria.
- Nesse caso, Foreman, creio que tem de deixar o lugar.
- Sim, reverendo, eu compreendo. Terei todo o gosto em apresentar a minha demissão logo que o senhor padre encontre alguém que me substitua.
Mas quando Albert Edward, com a sua delicadeza habitual, fechara a porta da igreja depois de o pároco e os dois guardiães terem passado, não pode conservar a atitude de calma dignidade com que suportara o golpe; e os seus lábios tremeram. Voltou lentamente para a sacristia e pendurou no respetivo cabide a toga de sacristão. Suspirou, ao pensar nos grandes funerais e nos casamentos elegantes a que assistira. Pôs tudo em ordem, enfiou o casaco, e, de chapéu na mão, percorreu a nave em direção à frente. Saiu e fechou a porta da igreja à chave. Cruzou devagar a praça, mas, absorto nos seus pensamentos tristes, não tomou a rua que ia ter à sua casa, onde o esperava uma boa taça de chá forte; seguiu um rumo errado. Caminhava lentamente. Sentia uma opressão no peito. Não sabia o que fazer consigo mesmo. Não lhe agradava a ideia de voltar para o serviço doméstico; depois de ter sido dono do seu nariz durante tantos anos (pois o pároco e os guardiães podiam dizer o que quisessem, mas era ele quem administrava a igreja de St. Peter), dificilmente se aviltaria aceitando um emprego naquele ramo. Poupara uma boa soma, mas não era suficiente para viver sem fazer alguma coisa, e a vida parecia estar mais cara de ano para ano. Jamais julgara ter algum dia de se preocupar com tais problemas. Os sacristãos da igreja de St. Peter, como os papas, eram vitalícios. Com frequência, pensava na grata referência que o pároco haveria de fazer, durante o sermão das vésperas do primeiro domingo depois de sua morte, aos longos e fiéis serviços e ao caráter exemplar do nosso finado sacristão, Albert Edward Foreman. Soltou um suspiro fundo. Albert Edward era abstémio de álcool e tabaco, porém com certa largueza; isto é, gostava de um copo de cerveja ao jantar e, quando estava cansado, fumava com prazer um cigarro. Ocorreu-lhe agora que um cigarro havia de o confortar e, como não os trazia consigo, olhou em torno, à procura de uma casa onde pudesse comprar um maço de Gold Flakes. Não encontrou imediatamente nenhuma tabacaria, e continuou a cxaminhar. Era uma rua longa, com toda a espécie de comércio, mas não havia uma só casa onde se pudessem comprar cigarros.
- É esquisito - disse Albert Edward.
Para se certificar, tornou a percorrer a rua, em sentido inverso. Não; não havia dúvidas quanto a isso. Parou e olhou, pensativo, para um lado e outro.
- Eu não posso ser a única pessoa que passa por esta rua e sente vontade de fumar - disse. - Acho que alguém  poderia obter sucesso, com uma pequena tabacaria por aqui. Cigarros e doces, naturalmente.
De repente, alçou a cabeça.
- Está aí uma ideia - disse. - É esquisito como nos lembramos das coisas quando menos se espera. Deu meia volta, foi para casa e tomou o chá.
- Estás tão silencioso esta tarde, Albert - observou a mulher.
- Estou a pensar - disse ele.
Estudou a questão, de todos os ângulos; no dia seguinte, percorreu a rua e, por sorte, descobriu um local que estava para alugar e serviria exatamente para o seu intento. Vinte e quatro horas depois, alugara-o e, quando, daí a um mês, deixou para sempre a igreja de St. Peter, em Neville Square, Albert Edward Foreman estabeleceu-se com tabacaria e venda de jornais. A sua mulher opinou que era uma imensa queda, depois de ter ele sido sacristão de St. Peter, mas Albert Edward respondeu que era preciso acompanhar as mudanças do tempo, a igreja não era o que fora, e dali em diante iria dar a César o que era de César. Saiu-se bem. Saiu-se tão bem que, decorrido um ano, aproximadamente, ocorreu-lhe que poderia abrir uma segunda tabacaria e entregá-la a alguém para exploração. Procurou outra rua longa que não tivesse nenhuma tabacaria e, quando a encontrou, corn uma frente para alugar, montou e abriu a nova casa. Também esta foi um sucesso. Refletiu em seguida que, se podia ter duas, podia ter meia dúzia, e começou a andar através de Londres; e, sempre que descobria uma rua longa que, não tendo tabacaria, tivesse um local apropriado para alugar, montava e abria um negócio do seu ramo. Ao fim de dez anos, fundara nada menos de dez tabacarias e ganhava muito dinheiro. Percorria-as pessoalmente todas as segundas-feiras, levantava os lucros da semana e depositava-os no banco.
Uma manhã, quando estava a recolher um maço de notas e urna pesada bolsa de moedas de prata, o caixa do banco disse-lhe que o gerente desejava falar-lhe.
Foi levado a um gabinete e recebido pelo gerente.
- Mr. Foreman, eu queria conversar consigo sobre o dinheiro que tem em depósito aqui. Sabe exatamente a quanto monta ?
- Exatamente, não, senhor; mas lenho uma ideia bem aproximada.
- à parte a entrada desta manhã, o seu depósito vai um pouco além de trinta mil libras. É uma soma muito grande para ficar em depósito, e ocorreu-me que lhe conviria investi-la.
- Não desejo arriscar-me, senhor. Sei que no banco está em segurança.
- Mas não precisa de ter qualquer preocupação. Dar-lhe-emos uma lista de títulos garantidos. Eles proporcionar-lhe-ão uma taxa de juro melhor do que é possível aqui.
Traços de preocupação instalaram-se nas feições bem marcadas de Mr.Forernan.
- -Nunca entendi nada de ações e dividendos, e teria de deixar tudo isso nas mãos do banco--disse ele. O gerente sorriu.
- Engarregar-nos-emos de tudo. O senhor teria apenas de assinar os papéis, na próxima vez que nos visitasse.
- Eu poderia fazer isso-disse Albert, com incerteza.---Mas como ia saber o que é que estava a assinar?
- Suponho que sabe ler - disse o gerente, um pouco rispidamente.
Mr. Forernan sorriu-lhe, apaziguador,
-Pois é isso, senhor. Não sei. Naturalmente parece engraçado, mas é o que é, não sei ler, e não sei escrever a não ser o meu nome, e só aprendi isso quando me estabeleci como comerciante.
O gerente ficou tão surpreendido que se empertigou na cadeira.
- Mas é a coisa mais extraordinária que já vi.
- O senhor vê, eu nunca tive a oportunidade de aprender, a não ser quando já era tarde demais, e aí, não quis. Sou algo teimoso.
O gerente olhava-o com espanto, como se ele fosse um monstro pré-histórico.
- Então quer dizer que desenvolveu esse importante comércio e juntou uma fortuna de trinta mil libras sem saber ler nem escrever? Meu Deus, que não seria o senhor agora, se tivesse aprendido a ler e a escrever ?
_ Isso eu posso dizer-lhe - respondeu Mr. Foreman, com um pequeno sorriso nas feições sempre aristocráticas. - Seria sacristão de St. Peter, em Neville Square.


domingo, 5 de abril de 2015

Semana da Leitura na Biblioteca do Castêlo

A semana da Leitura foi vivida fortemente em todo o Agrupamento. O programa cumpriu-se integralmente com atividades que decorreram em todas as escolas do Agrupamento, desde a escola Eb1/J1 do Castêlo da Maia à ESCM, passando pela EB 2,3.
Das atividades preparadas constaram o Concurso de Leitura, o Concurso de Ortografia, a Feira do Livro e o encontro com a escritora Raquel Fonseca, uma jovem a dar os seus primeiros passos.
Aqui fica o testemunho da dedicação e colaboração dedicadas por todos os elementos da nossa comunidade.

Uma panorâmica da Feira do Livro

Uma visão geral do Concurso de Leitura


Os vencedores do Concurso de Leitura em Português

Os vencedores do Concurso de Leitura em Língua Estrangeira, acompanhados da professora Teresa Barbosa


Um prémio merecido

A Raquel e o seu Segredo