sábado, 19 de dezembro de 2015

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015



Os nossos alunos têm opinião.



   É preciso notar e denotar o quão degrada, infelizmente, a nossa sociedade se encontra.
Começo por vos questionar: são possuidores de uma opinião ou transportadores? Permitam-me que vos esclareça: desde que os media passaram a ser uma massa não contornável, que toda a gente se encontra perante a abordagem diária sobre a opinião de alguém sobre determinado assunto. Sim, eu sei, segundo o que nos é ensinado, um jornalista deve fazer o seu trabalho sem que seja exposta a sua opinião, no entanto, todos sabemos que tal nem sempre se verifica.
   Vamos centrar-nos um pouco num passado relativamente próximo. Quando se iniciou a questão dos refugiados, deram-se dois grandes movimentos: os que estavam a favor e os que estavam contra a vinda dos refugiados. Centremo-nos agora no Facebook. Já se estão a lembrar de todas as opiniões com que foram abordados? Pois é, foi impossível ficar indiferente a isto. Em Portugal, mais particularmente, a discrepância entre os dois tipos de opiniões foi bastante grande. A grande maioria era contra. Mas porquê? Porque segundo vários sites e até canais televisivos, diziam que os refugiados, resumidamente, só queriam vir fazer mal para a Europa. E foi assim, como quem copia e cola trabalhos da Internet, que colaram as informações nas suas redes socias e transmitiram aos seus conhecidos e "formaram" a sua opinião. Claro que, mais tarde, começou a haver a preocupação de se começar a fornecer às pessoas  informações fidedignas e a dar argumentos válidos para fazer face às declarações feitas por grande parte da população.
   Na verdade, esta questão dos refugiados, não é nada mais que um exemplo mais visível presente na sociedade, no entanto, todos os dias isto acontece, todos os dias as pessoas baseiam (ou copiam) a sua opinião com base em informação passada pelos  media   sem que questionem um pouco a verdade da informação.
Isto leva-me a uma questão: teremos nós todos a nossa opinião baseada em algo que ouvimos ou lemos? Seremos todos fantoches dos media?


Bruna Lima, 11ºE
O Concurso de Quadras de S.Martinho, este ano letivo, contou com a melhor criatividade dos nossos alunos e professores.
Eis uma quadra inspiradora de uma professora do grupo de Filosofia e também as quadras vencedoras:




No dia de S. Martinho,
As castanhas dos teus olhos,
Têm muito mais carinho
Repartem o amor aos molhos.

               Professora Marinela


BÁSICO

1º Prémio

Agora  castanhas  comemos
E também vinho  bebemos!
S. Martinho fica a sorrir
E o sol decide abrir.
                          Diogo Castro, nº9, 9ºI

2º Prémio

Já toda a gente sabe
O que nesse dia aconteceu,
Que  S. Martinho a um mendigo
Metade da sua capa deu.
                         Beatriz Lisboa, nº4, 8ºF

3º Prémio

S. Martinho, hoje é o teu dia
Dia para comer e beber  vinho
Dia para alegrar quem não sorria
Dia para partilhar com o vizinho
                              Carlos Andrade , nº 2,
                          Curso Vocacional  

SECUNDÁRIO

1º Prémio

Com o verão de S. Martinho
Vêm para a rua as fogueiras
Alguns provam o vinho
Outros fazem brincadeiras
                     Luís Gonçalo Truta nº16, 11º A

2º Prémio

Lá estava um pobre mendigo
Num dia tempestuoso
S Martinho deu-lhe abrigo
E apareceu um sol maravilhoso
               André Maia Magalhães nº4, 11ºA

3º Prémio

Quentes e aconchegadas,
Num cartucho de papel,
Aquecem as mãos geladas
São melhores que o mel
                       Renata Moreira nº21, 11


Parabéns a todos os participantes!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

No passado dia 9 de novembro a nossa biblioteca dinamizou um oficina de poesia, VERSOS À SOLTA.

Vejam uma amostra dos poemas que os nossos alunos, professores e funcionários criaram a partir do primeiro verso de alguns poemas de poetas portugueses e de expressão portuguesa:

Chovia e vi-te entrar no mar
Admirei a tua coragem e
Senti o brilho do teu olhar.
Esperei que saísses  para
Te aquecer com um simples
Abraço, o nosso abraço…
Que alegria imensa
       
                       Ana

Eis o poema original:


Chovia e vi-te entrar no mar
longe de aqui há muito tempo já                                                     
ó meu amor o teu olhar
o meu olhar o teu amor
Mais tarde olhei-te e nem te conhecia
Agora aqui relembro  e pergunto:
Qual é a realidade de tudo isto?
Afinal onde é que as coisas continuam           
e como é que continuam se é que continuam?
Apenas deixarei atrás de mim tubos de comprimidos
a casa povoada o nome no registo
uma menção no livro das primeiras letras?
Chovia e vi-te entrar no mar
ó meu amor o teu olhar
o  meu olhar o teu amor
Que importa que algures continues?
Tudo morreu:  tu eu esse tempo esse lugar
Que posso eu fazer por tudo isso agora?
Talvez dizer apenas
Chovia e vi-te entrar no mar
E aceitar a irremediável morte para tudo e todos
                                          Ruy Belo, Através da chuva e da névoa, in Na Margem da Alegria




Se meu dinheiro não chega
Vou continuar a viver
Dinheiro não traz felicidade
Mas com ele podemos sobreviver.

Se meu dinheiro não chega
Desistir nem pensar
Vou lutar por um emprego
Para começar a ganhar.

                          Aluno anónimo

E agora o original:

Se meu dinheiro não chega
para sentir o prazer de dar
a quem não tem nenhum
então de que me serve
 de vez em quando dar algum?

Por isso, Maria, me chamas
numa ironia muito tua
Zé rei dos pobres.
               José Craveirinha, Se meu dinheiro não chega, in Maria



Com uma lente de aumento
E uma armada de neurónios
Ciência de alento
Acabaram-se os demónios!

Acabaram-se os cabos,
Os monstros do Escuro,
Com uma lente de aumento
A luz eu seguro
                                      Docente anónimo

Este é o original:




Com uma lente de aumento                                         
avidamente o tempo
sobre linhas de lábios omitindo
a língua no castelo
onde os dentes ao toque de outros lábios
como guardas de um símbolo hão-de
abrir-se
olhos na margem vendo-me,  cabelo
quase  abstracto prevenindo-me
do futuro das mãos por enquanto
retido
                                Gastão da Cruz, Com uma lente, in Rua de Portugal






Mudam-se os tempos
Mudam-se as vontades
Mudam-se os ventos
Mudam-se as tempestades.

Foge o fugaz tempo sem dono
Nega o homem o relógio
Vêm mais horas e parte para o sono
O homem infinitamente efémero

                                                                         Aluno anónimo

E, claro, o soneto de Camões:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.