O Concurso de Cartas de Amor primou pelo romantismo, bom gosto e qualidade de escrita.
Os nossos parabéns aos dignos vencedores!
Os nossos parabéns aos dignos vencedores!
Escalão alunos:
Mariana Pinto, 4º A
Miguel Pinto, 12º C
Mariana Pinto, 4º A
Miguel Pinto, 12º C
Menções honrosas:
Alexandra Garcia, 4º B
Ricardo Rodrigues, 12º B
Alexandra Garcia, 4º B
Ricardo Rodrigues, 12º B
Escalão professores:
Licínia Martins
Licínia Martins
Passamos a publicar as cartas vencedoras:
Minha querida
amiga Patrícia:
Hoje é dia de S. Valentim
E escrevo esta carta
Porque a nossa amizade
Não tem fim.
Por vezes estamos juntas
A fazer perguntas
E no fim descobrimos
Que sempre nos rimos.
Estarmos juntas faz-me bem
E não te trocaria por nada nem
Por ninguém.
Adoro-te!!!!
Mariana Pinto, 4º A –
EB Castêlo da Maia
Monte Kailash, 9 de Fevereiro de 2016
Boa noite, minha
Deusa da Lua
Venho interromper o teu sono, já que procuro agradecer
condignamente todo o auxílio que me prestas e toda a proteção que me
providencias. Na tua imortalidade, encontro um cálido e agradável refúgio, pelo
que muito desejo dar-te em troca, sendo eu o teu mais devoto adorador, o teu servo
mais dedicado e mais fiel.
Ainda assim, sou nada. Nada mais que uma ínfima fração de
toda a tua perfeição e magnificência. Nada mais que um irrisório átomo que, em
torno da tua imponência, gira em deleite. Como é tamanha a tua influência nas
marés da minha vida, florescendo fugazmente em ofuscante quarto crescente!
No teu santuário, acendi as velas, ansiando desesperadamente
pela resposta aos meus delírios, aos meus devaneios e a todas as minhas
súplicas. Qual oferenda, arranquei o meu coração e inteiro to entreguei, com a
plenitude da minha tão inabalável fé.
Assim, rendi-me aos teus domínios como a presa se rende ao
predador, encontrando a nobreza de espírito e a tranquilidade de alma que por
tantos equinócios busquei. Desde o dia em que, pela primeira vez, me inspiraste
com a tua aparição, descobri, deslumbrado, todo um universo de sentido… um
universo do qual me recuso veementemente a sair.
Por agora, só peço que a tua presença
se prolongue para lá da eternidade, para lá do infinito, e que, todos os dias,
me sussurres ao ouvido “somos só nós dois e nada mais importa”. Bem sabes que
te venero com todas as minhas forças! Nem por um segundo
hesitarei em ceder ao teu imaculado esplendor! Ad majorem Luna gloriam!
Até ao
próximo eclipse,
O teu sacerdote lunar
Miguel
Pinto, 12º C – Escola Secundária Castêlo da Maia
Castêlo da Maia, 10 de fevereiro de 2016
Bom dia, meu amor
Acordo
a pensar em café. E a lamentar que nunca vou ouvir pessoalmente aquela frase do
Clooney: “Nespresso, what else?”. Já sei que a decisão de comprar uma máquina
de café Pingo Doce foi tomada a dois,
para aproveitar a promoção mas, na época de S. Valentim, concordas que perde um
certo encanto. Tu também gostavas muito daquela atriz, a Diane Keaton, enfim tu
e o Woody Allen que não a largava para os filmes dele. Na brincadeira costumávamos
dizer que ela era tua fã. Isto foi na fase pré Angelina Jolie. A mim o Brad
Pitt nunca me impressionou muito mas achei injusto quando o Clooney não
conseguiu salvar-se em “The Perfect Storm- Tempestade”. Um filme que mete
imensa água, na verdadeira aceção da palavra. Mas do cinema passemos à música.
Lembras-te quando tínhamos por hábito cantar rapsódias do José Cid? Fizemo-lo
tantas vezes na casa do Castêlo. Depois veio a fase dos apartamentos (até hoje)
o que causou sérios constrangimentos. É que nós gostávamos de cantar de
madrugada e duvidamos que os vizinhos apreciassem os recitais. Abaixo as casas
de cartão que acabaram com A rosa que te
dei … ou com O dia em que o rei fez
anos. Tivemos também a nossa fase revolucionária em que sabíamos de cor as
letras das canções do Sérgio Godinho (sempre Com um brilhozinho nos olhos), do saudoso Zeca Afonso ou mesmo de
José Mário Branco: Inquietação, Inquietação, Inquietação, … até à
exaustão. Ensinaste-me a gostar dos Pink Floyd e ficarei eternamente agradecida
por isso. Quanto aos Queen, Supertramp ou Elton John, já eram preferências comuns. Não foi por acaso que
depois de casarmos compramos primeiro a aparelhagem e só muito mais tarde a
televisão. Outra paixão que é nossa desde há muito tempo: os livros. Deve ser a
mais forte porque, ainda assim, é a mais praticada. Tu gostas de autores
portugueses – Saramago, Lobo Antunes, José Rodrigues dos Santos, o consagrado
Eça. Deves ter lido quase tudo deste grande autor. Eu comecei muito cedo com o
meu pai a recomendar-me Júlio Dinis. Só mais tarde Camilo e Eça. Não gostei
muito das Viagens de Garrett que mais
parecia um tratado sobre cor dos olhos. Verdes,
os de Joaninha. Sim, eu sei que estou
a ser tremendamente redutora. A freira do
subterrâneo do Camilo fez-me muita impressão na altura e fiquei com pouco
apreço pelos conventos. Também leio com entusiasmo Rodrigues dos Santos ou
Miguel Sousa Tavares e gosto de Isabel Allende ou Maeve Binchy, mas o preferido
de sempre é Zafon (e eu sei que também gostas).
Depois
do que nos junta, vamos ao que nos separa. O que poderia ter redundado em
divórcio se não fôssemos pessoas comedidas e respeitadoras. E estou a falar das
nossas preferências clubísticas, no que diz respeito ao futebol. O teu Benfica
e o meu Porto. Sempre rivais. E o nosso menino (sim, recuso-me a deixá-lo
crescer) saiu a ti. Não percebo. Herdou da mãe a miopia, a cera nos ouvidos, o acne,
a caspa (tudo coisas boas) e a alma não ficou azul e branca. Alguma coisa me
falhou neste processo e o meu filho adorado faz parte da família benfiquista. É
triste mas é assim.
Começamos a namorar no dia 13 de
fevereiro de 1988, demonstrando grande sentido de antecipação e casamos no
mesmo ano. Juntos há praticamente 28 anos. Se o amor não é isto, então o que é?
Até logo, meu querido.
Da tua
(Sempre Dragão)
Licínia
Martins – Escola Secundária do Castêlo da Maia
Ola, muito bom artigo, obrigado!
ResponderEliminarNa realidade, criamos recentemente um infográfico, explicando como organizar e criar uma boa carta de amor.
Caso tenha interesse em obter mais informações, entre em contato conosco.