OUTUBRO
Estas noites de mar
incrustadas
de luz
ou estes olhos
de pólos
distanciados no nada
Este ódio de chuva
este dia
montanha
Esta arma de boca
ou tempo encontrado
com relógios na montra
Este ardor de palavras
no perfil
das bocas
Este grito que
tenho
nas mãos misturadas
Ou mãos misturadas
que tenho de outubro
no sabor picante sentido nas casas.
Maria Teresa Horta, Eu sou a minha poesia
CONHECER MARIA TERESA HORTA
Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa, onde frequentou a Faculdade de Letras. Escritora e jornalista, é conhecida como uma das mais destacadas feministas portuguesas. Estreou-se na poesia em 1960 a sua obra poética foi coligida em Poesia Reunida (Dom Quixote, 2009), obra que lhe valeu o Prémio Máxima Vida Literária. Em 2012 publicou As Palavras do Corpo – Antologia de Poesia Erótica, no ano seguinte, A Dama e o Unicórnio, em 2016, Anunciações, vencedor do Prémio Autores SPA / Melhor Livro de Poesia 2017, Poesis (2017), Estranhezas (2018) e a antologia Eu sou a Minha Poesia (2019), o seu mais recente livro. É ainda autora dos romances Ambas as Mãos Sobre o Corpo, Ema (Prémio Ficção Revista Mulheres) e Paixão Segundo Constança H., e coautora com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, de Novas Cartas Portuguesas. Ao seu romance As Luzes de Leonor, a Marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis (2011), foram atribuídos os prémios D. Dinis e Máxima de Literatura.
https://www.quetzaleditores.pt/
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