quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
Natal 2021
UM CONTO DE NATAL
Um conto de natal, curta metragem de animação, by Malcolm Hadley Título original: The Greatest Gift Short, by Malcolm Hadley
Natal 2021
Lenda do pinheiro de Natal
Há muito, muito tempo, na noite
de Natal, existiam três árvores junto ao presépio: uma tamareira, uma oliveira
e um pinheiro. Ao verem o menino Jesus nascer, as três árvores quiseram
oferecer-lhe um presente. A oliveira foi a primeira, dando ao menino Jesus as
suas azeitonas. A tamareira, logo a seguir, ofereceu-lhe as suas doces tâmaras,
mas o pinheiro, como não tinha nada para oferecer, ficou muito infeliz. As
estrelas, vendo a tristeza do pinheiro, que nada tinha para dar ao menino
Jesus, decidiram descer e pousar sobre os seus galhos, iluminando e enfeitando
o pinheiro. Quando isto aconteceu, o menino Jesus olhou para o pinheiro,
levantou os braços e sorriu! Reza a lenda que foi assim que o pinheiro – sempre
enfeitado com luzes – foi eleito a árvore típica de Natal.
Autor: Jean-Baptiste
Poquelin Molière
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
Dos Nossos Alunos
Human Rights Day
10 December
Textos produzidos pelos alunos de Inglês do 12º ano no âmbito da celebração do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Texto 1
The Declaration of Human Rights Speech
Articles
4 & 18
Do you feel free practising your religion?
Do you feel free in your own work place?
Do you feel free in your social group?
If the answer to these questions in no, then
what can we do to change that?
Through my life I have suffered discrimination
which brutally affected me in many ways, ways that made me feel like an outcast,
unworthy, useless.
The fact that some of us have different
religions, races and genders shouldn't make us feel any less important or
worthy of respect.
As James Baldwin once said " Not everything
that is faced can be changed, but nothing can be changed until it is
faced".
This is a problem that is still being avoided by
our society even though it affects all of us.
Do not be afraid to raise your voice and stand
your ground. By not being quiet, you’re giving somone else a voice.
Lueji Pinho n°12, 12ºG
Joana Rocha n°14,12A
Texto 2
Speech
What if you had to live in an airport with no
documents? My name is Mehran Nasseri and this happened to me.
I
was arrested during a demonstration in 1975. Then I was tortured until they
deported me. On my way to England, I was stopped in Paris because I had lost my
documents and, for 8 years, I was forced to live in an airport. For this reason,
I started my fight against torture and for the right to a nationality.
Nowadays,
we don’t give enough attention to these basic rights. We take them for granted.
But this should not happen. There are people all around the world that don’t
have these rights. So, for a better and more balanced society, we shall stay
together and fight for what is right. It could be by participating in demonstrations
or giving voice to your ideas and thoughts.
We are responsible for
our world, we are responsible for our future, we are responsible for our
society and we are responsible for our rights.
And
for this, I ask you: please fight for our rights as a society and as human
beings! Don’t let anyone treat you in a way you don’t deserve to be treated and
never do to others what you wouldn’t like to be done to you. We are all
human and we deserve to be respected.
12ºD
Beatriz Ribeiro
Joana Alves
joão Pinho
Texto 3
Will you let yourself be silenced?
As you
might know, I have been missing for a few weeks. My name is Peng Shuai. And I
unfortunately
live in a country where I cannot speak freely.
Since I was
born I have felt that my words weren’t valuable, my words were restricted, my
words weren’t accepted. And that made me fear for my life. That’s why I am here
today, to share my story.
Recently, I
published a post where I made you know about a sexual assault by the
vice-president.
We all have
the same rights and my right to speak was taken away.
Our country
needs an urgent change. Not just me, but we are victims, we are
silenced, we are oppressed.
We cannot
let this slide. Being silenced isn’t an option. Our government doesn't want us
to speak so that they can continue with their dictatorship.
We are the
future, we have the power to change, we have to work together as one. They
fear our
voices because they know we have the strength to put an end to this. Will you
let
yourself be silenced?
12ºB
Catarina Oliveira
Sofia Dias
Texto 4
Afghanistan needs to change
Women in Afghanistan need your help! And I'm here today to tell you why. As I'm giving this speech, women and girls are locked at home washing the dishes, doing the laundry and cooking. Where is the liberty? Where is gender equality? While men are out enjoying their lives, women are imprisoned in a jail called “home”. Since that remarkable day, when the Taliban took control of Afghanistan once again, the list of rules that violate women's rights is back. And now you ask yourself, what does this mean? It basically means that no human rights are respected, mainly article 1. “All human beings are born free and equal”. This is definitely not the case. Could you imagine yourself being forbidden to leave the house, to go to work or to go to school just because of your gender? Could you live your whole life like a slave in the 1800's? I doubt it! Living trapped at home and being forbidden to do what you want is not acceptable! We need to do something to stop this now! I always had the idea of a great and peaceful world where dreams can come true and together we can build it not only for ourselves but for everyone. And that's what Afghanistan needs
Po.e.mas Sol.tos
Quando um
Homem Quiser
Tu que dormes à noite na calçada do relento
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Ary dos Santos, in 'As Palavras das Cantigas'
Poeta
7 Dez 1937 // 18 Jan 1984
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
Po.e.mas Sol.tos
Novembro
A respiração de Novembro verde e fria
Incha os cedros azuis e as trepadeiras
E o vento inquieta com longínquos desastres
A folhagem cerrada das roseiras.
Sophia de Mello
Breyner Andresen | "Antologia", pág. 203 | Círculo de Poesia Moraes
Editores, 3ª. edição, 1975
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Assinala-se a 16 de novembro de 2022 o centenário do nascimento de José Saramago.
O programa “Saramago na Escola” compreende várias iniciativas, dentre as quais as Leituras Centenárias, uma parceria da Fundação José Saramago com a Rede de Bibliotecas Escolares e com o Plano Nacional de Leitura.
Assim, no dia 16 de novembro de 2021, assinalando a abertura do Centenário, realizar-se-ão, em 100 Escolas Básicas portuguesas, sessões de leitura do conto A Maior Flor do Mundo.
O programa das comemorações organiza-se em quatro eixos: Biografia, Leitura, Publicações e Reuniões Académicas.
– Biografia – reporta-se ao trajeto biográfico, formativo e cívico de JoséSaramago, em relação direta ou indireta com a sua produção literária;
– Leitura – refere-se, em primeiro lugar, à leitura da obra de Saramago em escolas, bibliotecas, associações culturais; em segundo lugar, à leitura projetada no debate em torno do pensamento de Saramago; em terceiro lugar, à leitura resultando em adaptações já existentes ou em novas criações, em exposições, no cinema, no teatro, na ópera, no bailado, nas artes plásticas;
– Publicações – para além da republicação da obra de Saramago, perspetivam-se edições evocativas de vária natureza, bem como publicações sobre a obra saramaguiana: livros, números de revistas;
– Reuniões académicas – a presença de Saramago na academia motivará reuniões científicas em diferentes locais, em Portugal e no estrangeiro.
in Ler+
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
Escritora moçambicana Paulina Chiziane vence Prémio Camões
Paulina Chiziane é autora de "Balada de Amor ao Vento" e "Ventos do Apocalipse"
A escritora moçambicana Paulina
Chiziane é a vencedora do Prémio Camões 2021 .
O júri decidiu por unanimidade
atribuir o Prémio à escritora , destacando a sua vasta produção e receção
crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra. O
júri referiu também a importância que dedica nos seus livros aos problemas da
mulher moçambicana e africana. O júri sublinhou o seu trabalho recente de
aproximação aos jovens, nomeadamente na construção de pontes entre a literatura
e outras artes.
Alguns dos seus livros foram publicados em Portugal e no Brasil, e estão traduzidos em inglês, alemão, italiano, espanhol, francês, sérvio, croata.
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
ESCRITAS SOLTAS
TAKE AWAY WORDS
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Licínia Martins Empresa Leve as Letras para sua casa |
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Lê-se num
site da National Geographic o seguinte e cito, Os jardineiros sabem há muito
tempo que o sexo dos dióspiros é complicado: as árvores fêmeas dão frutos, e os
machos não.
É certo que
não falo frequentemente com jardineiros, mas se soubesse disto imediatamente
teria contactado o afamado sexólogo, Júlio Machado Vaz, para uma terapia in
loco. É um fenómeno que acontece a muita gente (o sexo ser complicado) e os
dióspiros merecem oportunidade de serem felizes. Quanto ao facto de serem as
árvores fêmeas a dar frutos, what´s new? É a sina das mulheres. Uma dose dupla
de cromossomas X e é o que dá. Alguém já explicou isto aos dióspiros? Eu estou
verdadeiramente preocupada com este assunto. Dado que nutro uma verdadeira
paixão por dióspiros e adoro o sabor e textura, não quero sequer pensar se os
alegados constrangimentos sexuais vão afetar a reprodução. Já é mau o
suficiente serem frutos de época que só podemos apreciar no Outono. O que é que
os jardineiros andam a fazer? Que tal frequentarem uns workshops sobre a
ejaculação precoce dos dióspiros machos ou sobre disfunções sexuais dos
diospireiros? Hoje em dia a função de um jardineiro tem que ser mais
abrangente: não basta tratar e cuidar dos jardins. Tem que estar atento à
dimensão emocional da árvore, à sua maturidade, à igualdade de género, à
orientação sexual. Este enquadramento é fundamental para prevenir
comportamentos desajustados, como por exemplo violência no quintal. Os
dióspiros vítimas devem ser imediatamente sinalizados pelo jardineiro que os
encaminhará para uma Associação que os possa apoiar. São sobejamente conhecidas
as Casas Abrigo de dióspiros pisados e esborrachados, onde conhecem uma vida
nova se deles fizerem marmelada.
Pelo
exposto informo que faço parte da Comissão de Proteção do Dióspiro enquanto
jovem, porque depois de maduros só os quero saborear.
Para a
Arminda, Teresa e Luísa, o meu agradecimento sincero às generosas ofertas de
dióspiros.
Licínia
Mês Internacional das Bibliotecas Escolares
Celebramos em outubro o MIBE (Mês Internacional das Bibliotecas Escolares) lançando um padlet alusivo ao tema Contos de fadas e contos tradicionais de todo o mundo. Contamos com a participação de todos para a construção deste documento que se prolongará ao longo do ano.
Participa!
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Prémio Nobel Literatura 2021
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
HOJE NASCEU...
Álvaro de Campos – heterónimo de Fernando Pessoa – nasceu em Tavira, a 15 de outubro de 1890.
Segundo Fernando Pessoa: «Álvaro de Campos é alto (1,75 m de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um pouco tendente a curvar-se. Cara rapada [...] entre branco e moreno, tipo vagamente de judeu português, cabelo, porém, liso e normalmente apartado ao lado, monóculo. [...] Álvaro de Campos teve uma educação vulgar de liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Ensinou-lhe latim um tio beirão que era padre.»
- Fernando Pessoa, in ‘Correspondência’ (1923-1935)
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), in ‘Poesias de Álvaro de Campos’ (1944)
#CamõesIP #Efemérides
quinta-feira, 14 de outubro de 2021
Po.e.mas Sol.tos
OUTUBRO
Estas noites de mar
incrustadas
de luz
ou estes olhos
de pólos
distanciados no nada
Este ódio de chuva
este dia
montanha
Esta arma de boca
ou tempo encontrado
com relógios na montra
Este ardor de palavras
no perfil
das bocas
Este grito que
tenho
nas mãos misturadas
Ou mãos misturadas
que tenho de outubro
no sabor picante sentido nas casas.
Maria Teresa Horta, Eu sou a minha poesia
CONHECER MARIA TERESA HORTA
Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa, onde frequentou a Faculdade de Letras. Escritora e jornalista, é conhecida como uma das mais destacadas feministas portuguesas. Estreou-se na poesia em 1960 a sua obra poética foi coligida em Poesia Reunida (Dom Quixote, 2009), obra que lhe valeu o Prémio Máxima Vida Literária. Em 2012 publicou As Palavras do Corpo – Antologia de Poesia Erótica, no ano seguinte, A Dama e o Unicórnio, em 2016, Anunciações, vencedor do Prémio Autores SPA / Melhor Livro de Poesia 2017, Poesis (2017), Estranhezas (2018) e a antologia Eu sou a Minha Poesia (2019), o seu mais recente livro. É ainda autora dos romances Ambas as Mãos Sobre o Corpo, Ema (Prémio Ficção Revista Mulheres) e Paixão Segundo Constança H., e coautora com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, de Novas Cartas Portuguesas. Ao seu romance As Luzes de Leonor, a Marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis (2011), foram atribuídos os prémios D. Dinis e Máxima de Literatura.
https://www.quetzaleditores.pt/
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
Dia Internacional da Paz
Dia Internacional da Paz
O
Dia Internacional da Paz
é
celebrado anualmente a 21 de setembro.
Esta
iniciativa mundial foi estabelecida pelas Nações Unidas em 1981
e foi comemorada pela primeira vez em setembro de 1982.
O Dia Internacional da Paz é celebrado anualmente em
todo o mundo no dia 21 de setembro. Este dia foi estabelecido em 1981, através
da Resolução 36/67, da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Este ano, o Dia Internacional da Paz tem
como tema "Recuperar para um mundo mais equitativo e sustentável".
Este tema pretende inspirar a pensar criativa e coletivamente acerca de
soluções e estratégias para que todos tenham a possibilidade de recuperar desta
fase pandémica, de modo a construir um mundo mais resiliente, equitativo,
inclusivo, sustentável e saudável.
A Assembleia Geral das Nações Unidas dedica este dia
ao fortalecimento dos ideais de paz com 24 horas de não-violência e cessar-fogo
de todos os conflitos no mundo. Além disso, as Nações Unidas convidam todas
as nações e pessoas a honrar a
cessação das hostilidades
durante este Dia e a comemorá-lo
através da educação, bondade, tolerância e consciência pública sobre questões
relacionadas com a paz.
Em
2002, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou oficialmente o dia 21 de
setembro como o Dia Internacional da Paz.
http://www.turismodeportugal.pt/pt/Agenda/Paginas/dia-internacional-da-paz.aspx
Objetivos
do
Dia Internacional da Paz
A comemoração tem como objetivo levar as pessoas a
sensibilizarem-se para a necessidade da paz no mundo e para promoverem atos que
tenham como resultado, entre outros, o fim dos conflitos entre povos, o
cessar-fogo e a consagração da paz mundial.
Todos os anos, um tema é escolhido como reflexão para
a data.
2021: "Recuperando-se melhor para
um mundo justo e sustentável"
2020:
"Moldando a Paz Juntos"
2019:
"Ação Climática pela Paz"
2018:
"O Direito à Paz - Comemoração aos 70 anos da Declaração Universal dos
Direitos Humanos"
2017:
"Juntos pela Paz: Respeito, Segurança e Dignidade para Todos"
O fim deste dia é que a pessoa faça algo pela paz.
Entre outras ideias, pode colocar uma bandeira branca na sua casa, perdoar um
amigo, fazer um donativo, juntar-se aos eventos realizados pelo mundo,
partilhar a página oficial deste dia ou uma música, como Imagine de John
Lennon, nas redes sociais ou assinar petições que circulam pela internet pela
paz.
Atividades e tema
As atividades desde dia vão desde concertos mundiais
pela paz a exposições de arte, colóquios e caminhadas.
Em Portugal, as
atividades desenvolvidas são realizadas tradicionalmente pelo Conselho Nacional
para a Paz e Cooperação, em cidades como o Porto e Lisboa.
Fonte: https://www.calendarr.com/portugal/dia-internacional-da-paz/
Assiste
a este videoclip. https://youtu.be/WeiOhZh69t0
quarta-feira, 23 de junho de 2021
Dos Nossos Alunos
Trabalho realizado pela turma 9ºJ, no âmbito da disciplina Cresço a Ler, lecionada pela professora Emília Magalhães.
quarta-feira, 16 de junho de 2021
Po.e.mas Sol.tos
DAVID MOURÃO FERREIRA
Escritor
português, nasceu em Lisboa a 24 de
fevereiro de 1927 e morreu, também nesta cidade, a 16 de junho de 1996.
ESCADA SEM
CORRIMÃO
É uma escada em caracol
E que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol
Mas nunca passa do chão.
Os degraus, quanto mais
altos,
Mais estragados estão,
Nem sustos nem sobressaltos
servem sequer de lição.
Quem tem medo não a sobe
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração.
Sobe-se numa corrida.
Corre-se prigos em vão.
Adivinhaste: é a vida
A escada sem corrimão.
quarta-feira, 12 de maio de 2021
O Conto do Mês
A árvore da chuva
Era uma vez uma aldeia, situada num terreno árido no meio do deserto. O sol tinha secado os seus campos e a areia invadira por completo os caminhos, as casas e as bocas dos aldeões.
Apesar do calor sufocante, os homens tentavam lavrar os campos, retirando água de um poço… cada vez mais vazio. Mas parecia que a terra não tinha mais para dar e se mantinha surda às súplicas dos habitantes da região…
Num pátio próximo das cubatas feitas de argamassa, as mulheres teciam tapetes com folhas de tamareira para vender no mercado da cidade vizinha. Partiam cedo de manhã, a pé, e um burro carregava a mercadoria. Chegavam lá apenas ao meio-dia, exaustas da longa caminhada sob o sol. Quando regressavam à aldeia era já noite, e tanto homens como crianças há muito que dormiam.
Os pés estavam gretados de percorrer tantos quilómetros, mas os sacos de arroz e os bidões de água que tinham trazido consigo, comprados com o dinheiro do seu trabalho, eram um bálsamo para as suas feridas.
Quanto às crianças, frequentavam a escola todas as manhãs, embora tivessem dificuldade de aprender com o estômago vazio.
Todos os dias os aldeões perscrutavam o céu, na esperança de que uma nuvem a anunciar chuva aparecesse. E todos os dias o poço secava cada vez mais e as colheitas de arroz diminuíam, o que aumentava o medo do que traria o dia seguinte.
Certa manhã, na pequena praça de terra vermelha, situada entre a árvore dos debates e a cubata do chefe, um grão que ninguém tinha plantado começou a germinar. Era um rebentozinho verde e tenro, redondinho como um bebé bem alimentado. Foi Kodjo o primeiro a vê-lo. O rapaz ia a caminho da escola quando avistou a pontinha verde a emergir da terra. Orgulhosa e altaneira, parecia buscar a luz do sol. Kodjo parou, observou-a e alertou a aldeia inteira.
Em breve, todos os homens, mulheres e crianças se agruparam em torno da planta.
— É uma bananeira — disse um homem.
— É um coqueiro — disse outro.
— É uma tamareira — disse um terceiro.
— Seja lá o que for — disse o chefe. — Esta planta vai dar-nos comida e água, se tomarmos conta dela. O Kodjo fica responsável pelo seu cuidado. Os outros vão buscar a água que nos resta.
Quando trouxeram a água, o jovem, orgulhoso, deitou as primeiras gotas na terra seca. No dia seguinte, o rebento tomara a forma de uma pequena planta que ondulava com o vento, indiferente ao sopro quente do sol. Kodjo sussurrou-lhe algumas palavras de encorajamento enquanto voltava a regar o pé do seu pequenino tronco com o líquido precioso.
Alguns dias mais tarde, a planta assemelhava-se já a uma árvore do tamanho de uma pequena girafa. Parecia um verdadeiro milagre no meio do deserto, com as ramagens verdes e tenras a procurarem o céu.
Os aldeões dançaram e cantaram para agradecer aos antepassados. Também abraçaram o troco da árvore e depuseram oferendas a seus pés, tais como óleo de palma e pedras raras.
Ao fim de algumas semanas, a árvore estava mais alta do que as cubatas e era tão larga como um elefante. Os aldeões gostavam de repousar à sua sombra, nas horas em que o sol ia mais alto. As crianças aprendiam mais facilmente junto dela e as mulheres teciam panos a cantar, como se a chuva não fosse demorar.
Mas um dia, ao cair da tarde, algo de muito estranho aconteceu. Tão estranho que ainda hoje os livros o relatam.
O sol acabava de desaparecer por detrás das dunas de areia e a árvore balouçava docemente com o sopro morno do vento. De repente, começou a escorrer o que parecia ser água. Dos ramos e das folhas começaram a chover gotas grossas que, estranhamente, se assemelhavam a água.
Bastante desconfiados, os aldeões aproximaram-se dela e recolheram algumas gotas com as mãos em concha. O chefe da aldeia levou-as à boca, franziu as sobrancelhas grossas e escuras, remexeu a língua, passou-a pelos lábios e declarou:
— É água!
Toda a aldeia se reuniu em torno da árvore, batizada então com o nome de “árvore da chuva”. A água corria pelos rostos das pessoas e fazia brotar sorrisos dos lábios. Entrava nas bocas desejosas de a receber e humedecia as línguas secas. Ao deslizar pelos braços e pelas pernas, limpava a poeira dos caminhos há muito acumulada.
A fim de honrar a árvore da chuva, os aldeões fizeram uma grande festa. Houve arroz com fartura, água açucarada e bolos de mandioca. Kodjo não se lembrava de ter comido ou bebido tanto! Nessa noite, todos se deitaram de estômago cheio. A árvore deixou de escorrer água ao nascer do sol, mas ninguém se preocupou: mal a noite começasse a cair, de certeza que haveria de novo água…
E assim foi. Os homens regressaram com afinco aos campos e as mulheres puseram-se de novo a sachar e a semear. As crianças iam para a escola a cantar e quase já sabiam ler.
A aldeia tinha reencontrado a serenidade.
Até ao dia em que um homem da aldeia vizinha os visitou.
Acabava de anoitecer e a árvore distribuía a sua água tão generosamente como sempre. O homem, que estava cheio de sede, parou, observou e não acreditou no que via. No dia seguinte, trouxe dois recipientes e começou a enchê-los. Quando o viu, o chefe da aldeia ordenou-lhe que fosse embora.
— A nossa aldeia morre de sede e de fome — queixou-se o estranho. — Os nossos filhos têm a barriga vazia e as nossas mulheres só têm pele e osso. Como as mães não têm leite, os bebés choram de manhã à noite. Estamos a ficar sem ânimo.
— Isso não me preocupa — disse o chefe, que era rancoroso. — A vossa aldeia tem a memória curta. Ainda há poucos meses, os vossos aldeões pilhavam sem escrúpulos os restos das nossas colheitas e pouco se importavam que passássemos fome. Vai-te embora e não voltes a aproximar-te da árvore da chuva.
O homem rumou em direção a casa, com os recipientes vazios.
No dia seguinte, Kodjo foi regar a árvore, que nenhuma necessidade tinha de água. Quando se aproximou da praça de terra vermelha, nem queria acreditar no que via: no lugar onde estivera a árvore, via-se agora um buraco. A árvore da chuva tinha desaparecido!
Kodjo correu a alertar os habitantes da aldeia, que se agruparam em torno do buraco. As mulheres desataram a soluçar e os homens lançaram gritos estridentes. No meio do desespero geral, o chefe exclamou:
— Roubaram a nossa árvore! A nossa vingança será terrível! Sigam-me!
A aldeia em peso pôs-se a caminho da aldeia vizinha. Embora seja má conselheira, a cólera dá força e coragem e, assim, os aldeões caminharam tão rapidamente que em breve avistaram as cubatas da aldeia vizinha.
— Olhem! — ordenou o chefe, designando com a mão as casas dos inimigos. — Ainda dormem, mas não por muito mais tempo.
Os rostos espelhavam ódio e vingança e estavam dispostos a usar as facas afiadas que tinham trazido consigo. À medida que se aproximavam da aldeia, avistaram ao longe a árvore da chuva. Majestosa e altiva, erguia os ramos na direção do céu. Estava viçosa como na véspera.
— Como chegou ela aqui? — exclamou Kodjo. — Uma árvore não caminha…
— Esperem por mim! — disse o chefe de forma autoritária.
Os aldeões viram-no caminhar em direção à aldeia vizinha. Quando regressou, vinha acompanhado pelo outro chefe, que lhe explicava que só os deuses conseguiam fazer as árvores andar. Se tivessem sido os aldeões vizinhos a roubá-la, nunca a teriam plantado a meio do caminho, mas sim na sua própria aldeia. As suas palavras sensatas aplacaram a cólera dos homens sedentos de vingança.
Quando a noite caiu, os habitantes das duas aldeias muniram-se de baldes, panelas e bacias e encaminharam-se para a árvore da chuva. Os olhares sombrios faziam adivinhar o ódio e via-se o cintilar das facas afiadas.
Mas da árvore não escorreu água. As folhas, os ramos e o tronco continuaram tão secos como a terra.
Desesperados, os habitantes das duas aldeias regressaram a casa sem trocar palavra.
Passaram-se semanas e passaram-se meses, e a árvore continuou seca. Contudo, todos os dias, ao cair da tarde, os habitantes das duas aldeias encontravam-se sempre junto dela, à espera de um milagre.
Certo dia, uma mulher deu à luz perto dela e as mulheres da aldeia vizinha trouxeram panos e água. Depois, cantaram canções de embalar e acolheram a criança como se fosse sua.
Pouco a pouco, começaram a conhecer-se melhor uns aos outros, partilharam refeições e as crianças tornaram-se amigas. As mulheres teciam tapetes em conjunto e iam vendê-los ao mercado. Partilhavam também água e arroz. Em breve as duas aldeias pareciam apenas uma. Todos os dias, ao cair da tarde, os aldeões cantavam e rezavam juntos.
Sentados debaixo da árvore, chegavam mesmo a esquecer que estavam à espera de chuva…
E foi então que, uma noite, quando já ninguém o esperava, a árvore voltou a escorrer água, como se houvesse nuvens no céu…
Agnès de Lestrade
L’arbre à pluie
Paris, Milan Jeunesse, 2009
(Tradução e adaptação)