O governo de Dilma Roussef
está a ponderar a eliminação da literatura portuguesa dos currículos adotados
nas escolas brasileiras. Autores como Gil Vicente, Camões, Camilo,
Garrett, Eça, Pessoa e Saramago correm o
risco de se tornar ilustres desconhecidos dos estudantes a partir de junho.
Também os conteúdos gramaticais poderão vir a ser eliminados.
Trata-se de um projecto
polémico e que se encontra ainda em discussão, criticado no entanto por esta
ser possível apenas através de comentários deixados no site do Ministério da Educação do
Brasil (MEC) e não de um verdadeiro debate público.
A polémica em torno destas
questões remonta já a 2011, quando, num manual escolar distribuído pelo MEC, a
expressão “nós pega o peixe” foi considerada “inadequada e passível de preconceito,
mas não errada”. Clóvis Rossi, jornalista da
Folha de S. Paulo, comentou, na altura, que “a questão é exclusivamente
linguística, alguns esquerdistas de botequim tentam politizá-la com o argumento
de que a língua é um instrumento de dominação. Se fosse, deveríamos voltar a
falar tupi-guarani”.
Entretanto, parece haver já algum recuo face às primeiras intenções do governo. Recentemente, fontes do MEC afirmaram que "o que pode acontecer é uma mudança na forma como o conteúdo será apresentado". A proposta em debate prevê "o ensino de textos literários tradicionais, da cultura popular, afro-brasileira, africana, indígena e de outros povos".
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