terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Po.e.mas Sol.tos

 Sol de janeiro

                                                       Passeio das Virtudes, Porto

Nunca tanto como hoje reparei com atenção
na luz do sol de Janeiro. 
Forte mas delicada. 
Furtiva mas demorada. 
Não arde nem faz tremer.
Não é densa nem clara. 
A luz do sol em Janeiro: 
assim é o nosso amor
oculto pela tinta dos dias 
apenas espreita uma aberta
(uma distracção das nuvens)
Para luzir e irromper
(nunca antes como hoje precisei)
tanto que o vento lhe desse oportunidade).
O nosso amor é Janeiro:
mesmo se o julgo esquecido
sei que está sempre lá. 

João Luís Barreto Guimarães 


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